Ata do Copom reforça expectativas por início dos cortes em agosto

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NESTA MANHÃ
  • Hoje, no Brasil, teremos a divulgação do CAGED e das notas de crédito do BC. Lá fora, acontece o Fórum do Banco Central Europeu, com discursos de Christine Lagarde, presidente do BCE, Jerome Powell, presidente do Fed, e outros líderes de importantes Banco Centrais. 
  • As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, após dados do lucro industrial chinês e o desempenho positivo de Wall Street ontem. O índice Xangai Composto ficou estável, enquanto o Hang Seng avançou 0,12% e o Nikkei subiu 2,02%.
  • Na Europa, as bolsas operam em alta, ampliando leves ganhos do pregão anterior, após dados fortes dos EUA aliviarem temores de uma possível recessão. Investidores aguardam comentários de líderes de grandes bancos centrais, em busca de indícios da direção da política monetária. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,64%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem direção definida. 
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,74%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,32%%, a US$ 72,49 o barril.
  • O ouro recua 0,38%, a US$ 1.907,01 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 30,3 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:30 Brasil: Nota de Crédito do BC (mai)
  • 09:30 Brasil: CAGED (mai) 
  • 10:30 EUA: Discurso de Powell, Presidente do Fed
  • 10:30 Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

A suave ata do Copom e o desempenho positivo dos índices em Nova York não foram o suficiente para impedir o segundo dia de recuo do Ibovespa, em sessão na qual Vale (ON +1,20%) foi a principal exceção entre as ações de maior peso na referência da B3. Contudo, o índice conseguiu moderar perdas em relação ao início da tarde e fechar em baixa de 0,61%, a 117.522,87 pontos.

Os juros futuros encerraram a sessão de lado, com viés de alta em alguns contratos. O efeito da ata do Copom, divulgada antes da abertura, se sobrepôs ao IPCA-15 de junho em linha com o consenso dos analistas, mas começou a perder força ainda pela manhã. O documento ratificou as expectativas de que viria mais “dovish’ do que o comunicado, consolidando as apostas de que o corte da Selic começará em agosto.

O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,67%, cotado a R$ 4,7987, na contramão do sinal predominante de queda da moeda americana em relação a divisas emergentes, em dia marcado por apetite ao risco no exterior. Operadores atribuíram o escorregão do real a um movimento de realização de lucros no mercado futuro de câmbio e na Bolsa, com provável fluxo de saída de investidores estrangeiros

EXTERIOR

Os três principais índices acionários de Nova York fecharam com sólidos ganhos, após dados econômicos resilientes reduzirem os temores por um uma recessão nos EUA, ainda que o quadro reforce a expectativa por mais aperto monetário do Fed. No ajuste de fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,63%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,15% e o Nasdaq avançou 1,65%.

Os rendimentos dos Treasuries avançaram, em uma cenário no qual indicadores econômicos dos Estados Unidos reforçaram a visão de resiliência da economia do país, o que sugere um potencial maior aperto monetário pelo Fed. Além disso, dirigentes de bancos centrais de outras economias relevantes sinalizaram continuidade nas condições restritivas para combater a inflação, o que deu fôlego a rendimentos de títulos públicos em geral.

O dólar se desvalorizou frente ao iene, ao euro e à libra, com investidores atentos a vários indicadores. Além disso, declarações do Banco Central Europeu (BCE) apoiaram a moeda comum, com a presidente da instituição, Christine Lagarde, sugerindo mais altas de juros à frente. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,19%.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA:

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos avançaram 12,2% em maio ante abril, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 763 mil unidades, de acordo com o Departamento de Comércio do país. O resultado ficou acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam vendas de 670 mil unidades.

Já as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos subiram 1,7% em maio ante abril, a US$ 288,2 bilhões. O resultado surpreendeu analistas consultados pela FactSet, que previam queda de 1% nas encomendas do período.

O índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos subiu de 102,5 em maio para 109,7 em junho, atingindo o maior nível desde janeiro de 2022, conforme pesquisa divulgada pelo Conference Board. O resultado de junho superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que projetavam avanço a 103,9.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

A ata do Copom de Junho trouxe um tom mais suave do que o do comunicado. O principal ponto a divergência do Comitê em relação à próxima reunião: um grupo predominante acredita que o processo desinflacionário vigente, e a consequente redução das expectativas, poderia permitir um processo parcimonioso (entendemos como 25 bps) de inflexão em agosto. Por outro lado, o outro grupo se mostra mais cauteloso, sendo necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis para o início do ciclo. 

Em nossa leitura, a ata trouxe um tom mais dovish, reforçando nossa perspectiva de corte de 25 bps em agosto, inclusive porque, provavelmente, já teremos os dois novos diretores sabatinados pelo Senado, que devem se posicionar nessa direção. Para ler o comentário completo da ata de junho, acesse aqui

O IPCA-15 registrou alta de 0,04% em junho, de acordo com o IBGE. A leitura desacelerou em relação à maio (0,51%) e veio levemente acima da mediana das expectativas (0,03%). Em 12 meses, o índice registrou alta de 3,40%, em linha com as estimativas.  A leitura, no geral, foi positiva. Observou-se redução no índice de difusão e nos núcleos de inflação, além de queda nos preços livres, administrados e industriais. Por outro lado, os serviços subjacentes aceleraram. Leia o relatório completo aqui

POLÍTICA NO BRASIL

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continuará na próxima quinta-feira (29), em sessão a partir das 9h. Na última terça-feira (27), o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou para condenar Bolsonaro e deixá-lo inelegível pelo prazo de oito anos. Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro à reeleição no ano passado, foi absolvido por “não ter sido demonstrada sua responsabilidade na acusação”. (CNN)

Apesar das críticas de alguns setores da economia, o coordenador do grupo de trabalho que discute a reforma tributária na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou nesta terça-feira (28) que será possível construir o apoio necessário para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) com mais de 400 votos. Ele admitiu, contudo, que a votação pode ser na segunda semana de julho. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer votar a reforma na primeira semana do mês. (Valor)

PAINEL DE COTAÇÕES

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