Relatório de Inflação – Janeiro 2024

Compartilhe o post:

Relatório de Inflação – Janeiro 2024

O IPCA de janeiro apresentou alta de 0,42%, acima das expectativas da Órama (0,37%) e do mercado (0,35%), que oscilavam entre 0,29% e 0,44%. Em 12 meses, o índice acumulou 4,51%, superando o esperado (4,43%). 

O resultado qualitativo ruim continua chamando atenção, com destaque especial aos serviços subjacentes (0,76%), que aceleram em 12 meses (de 4,82% para 5,00%). A composição dos principais núcleos também surpreendeu negativamente, porém a média deles mantém trajetória de queda nos 12 meses (de 4,26% para 4,13%). Os serviços, por sua vez, tiveram alta de 0,02% (passando de 6,22% para 5,62% no acumulado de 12 meses), em linha com o esperado, pressionado por Passagens Aéreas (-15,22% e -0,14 p.p.). 

A leitura acima do esperado pelo mercado se explica de forma dissipada entre os itens, com ênfase para o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (0,83% e 0,11 p.p.). O índice de difusão se manteve em 65,3%, com a difusão de não-alimentos passando de 63,6% para 65,1%. Essa métrica contribui para a visão de uma composição mais negativa do IPCA, não motivada apenas pela alta dos preços dos alimentos.

Dentre os nove grupos que compõem o IPCA, dois apresentaram deflação. Do lado da alta, Alimentação e bebidas (1,38% e 0,29 p.p.) foi o principal responsável, seguido de Saúde e cuidados pessoais (0,83% e 0,11 p.p.), Despesas pessoais (0,82% e 0,08 p.p.), Habitação (0,25% e 0,04 p.p.), Educação (0,33% e 0,02 p.p.), Artigos de residência (0,22% e 0,01 p.p.) e Vestuário (0,14% e 0,01 p.p.). Na outra ponta, Transportes (-0,65% e -0,14 p.p.) e Comunicação (-0,08% e -0,0 p.p.) registraram queda nos preços. 

Destacamos mais uma vez o comportamento do grupo de Alimentação e bebidas, que possui grande peso dentro da cesta, visto que uma mudança no comportamento dos preços pode alterar o resultado do índice, principalmente com a incerteza do impacto do El-Niño em 2024. 

Desse modo, o resultado de janeiro reforça a cautela com o comportamento da inflação, que vem apresentando pontos de atenção nas recentes leituras. De toda forma, entendemos que ainda há uma trajetória consolidada de desinflação e não vemos alteração na condução da política monetária em curso. Assim, mantemos nosso cenário de quedas de 0,50 p.p. nas próximas reuniões, com Selic terminal a 9,5% a.a..

Para o IPCA de fevereiro, antecipamos alta de 0,81%, impulsionado pelos reajustes escolares e reajuste do ICMS dos combustíveis. Para o fim de 2024 nossa projeção é de 4,0%.

Eduarda Schmidt – Economista

Para conferir nossas projeções para outros indicadores, acesse aqui.

Relatório de inflação – Janeiro 2024.

As informações contidas neste material têm caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Este material é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Órama investimentos, incluindo agentes autônomos e clientes, podendo também ser divulgado no site e/ou em outros meios de comunicação da Órama. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Órama.
Compartilhe o post:

Posts Similares