Produção Industrial – Fev/2023
A produção industrial de fevereiro recuou 0,2% na comparação mensal, terceiro mês consecutivo de queda na margem. O resultado veio em linha com a mediana das expectativas, que oscilavam entre recuo de 0,6% e alta de 0,8%.
Na comparação com fevereiro de 2022, o índice caiu 2,4%, enquanto as estimativas do mercado variavam entre -3,3% e + 2,8%, com mediana negativa de 2,0%, ao passo que, no acumulado de 12 meses, o índice acumula recuo de 0,2%.
Dentre as atividades, apenas 16 das 25 cresceram na comparação mensal, enquanto em janeiro, 9 apresentaram alta. As principais contribuições vieram da indústria extrativa (4,6%), bebidas (3,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%) e impressão e reprodução de gravações (11,2%). Dos que apresentaram queda destaca-se produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%) e produtos de metal (-1,4%).
A leitura veio mista entre os setores. Do lado positivo, a alta da indústria extrativa, setor menos exposto aos ciclos econômicos, foi destaque no mês. Por outro lado, os bens de consumo e bens de capital mantêm a trajetória de desaceleração, impactados pelos altos juros e condições de crédito.
Os resultados de fevereiro reforçam a visão de uma indústria mais fraca ao longo do ano, principalmente nos setores mais vulneráveis à política monetária contracionista. Para 2023, mantemos a projeção do PIB de 0,9%, com queda de 0,2% no primeiro trimestre. Para a abertura da indústria na atividade, esperamos um crescimento marginal de 0,3%.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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