Revisão Ibovespa – 08.12.22

Revisão Ibovespa – 08.12.22

Atualizamos a projeção do Ibovespa para 132 mil pontos em 2023, baseado nas seguintes premissas.

• P/L atual de 6,2x;
• P/L para 2023 de 7,5x;
• P/L médio da década de 2010 de 13x;
• Crescimento do PIB para 2023 em 0,7%;
• Expectativa média de aumento de lucros para 2023 de 14%;
• Política fiscal responsável;
• Redução da Taxa Selic no último trimestre de 2023, para 11,75% a.a.;
• Crescimento do PIB global 2,5% e alta modesta nos preços das commodities em 2023.

Acreditamos que o Ibovespa esteja bastante descontado em relação aos pares internacionais, ao ver incorporado um cenário macroeconômico local pessimista de curto prazo, gerando oportunidades de alocação em renda variável, em função da boa relação risco/retorno de momento. Ademais, avaliando historicamente, estamos negociando com múltiplos atrativos.

Outro aspecto relevante é que em 2022 os investidores estrangeiros aportaram quase R$ 90 bilhões em nosso mercado, mostrando o forte interesse externo nas empresas brasileiras, enquanto os fundos de Ações e Multimercados locais resgataram em torno de R$ 150 bilhões (dados anuais até a 1ª semana dez/22).

Admitindo que a frágil situação fiscal do país seja a principal vulnerabilidade econômica, nosso cenário de referência admite que o novo governo tende a adotar uma postura de responsabilidade nesse front, pós-PEC da Transição, abrindo espaço para recomposição dos preços da nossa bolsa, mesmo com um quadro externo mais desafiador, de menor crescimento global, inflação e juros elevados.

Por fim, o estudo aqui realizado tem viés moderadamente otimista, em razão das premissas elencadas. De toda sorte, é importantíssimo enfatizar que uma política fiscal de boa qualidade é imperativa para a consecução desta projeção. Se o mercado passar a duvidar que o governo empossado terá dificuldades de estabelecer uma nova regra fiscal crível para 2023, conforme consta na PEC, as expectativas de inflação serão afetadas para pior, dificultando o processo de queda nas taxas de juros por parte do Banco Central, deteriorando outras variáveis macroeconômicas relevantes, com efeitos baixistas sobre nossa bolsa.

Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Phil Soares – Analista de Ações

Revisão Ibovespa – 08.12.22

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