Ata do Copom mais dura pressiona juros futuros

Compartilhe o post:
NESTA MANHÃ
  • Hoje, com agenda relativamente vazia, o interesse do mercado se volta para a divulgação do relatório CAGED de emprego, a fim de compreender mais sobre a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro. Além dele, haverá a divulgação do IGP-M referente ao mês de março. 
  • As bolsas na Ásia fecharam mistas, com as chinesas pressionadas por ações de tecnologia e a de Tóquio favorecida pela desvalorização do iene. Neste sentido, o Xangai Composto caiu 1,26%, o Hang Seng recuou 1,36%, e, na contramão, o Nikkei subiu 0,90%.
  • As bolsas europeias operam sem direção única e perto da estabilidade, enquanto investidores aguardam dados de confiança da Zona do Euro. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 sobe 0,04%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam alta na abertura do pregão.
  • O rendimento do T-Note de 10 anos está em 4,24%.
  • Os contratos futuros do Brent recuam 0,77%, a US$ 84,97 o barril.
  • O ouro sobe 0,64%, a US$ 2.192,98 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 70,9 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:00   Brasil: IGP-M (Mar)
  • 09:30    Brasil: Índice de Evolução de Emprego do CAGED (Fev)
  • 11:30 EUA: Estoques de Petróleo Bruto

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
MERCADOS NO BRASIL

Em dia de ata do Copom e divulgação do IPCA-15, o Ibovespa se manteve próximo da estabilidade pela segunda sessão consecutiva, aos 126.863,02 pontos, uma queda de 0,05%. Os ganhos do setor bancário refletiram o tom mais duro da ata. Na outra ponta, a queda dos preços do minério de ferro e petróleo derrubou os papéis da Vale e Petrobras e impediu uma valorização do índice.

Os juros futuros subiram nesta terça-feira, com ajustes à mensagem hawkish da ata do Copom e ao IPCA-15 de março acima da mediana das estimativas e com leitura negativa das aberturas. O trecho mais pressionado foi o intermediário, em que se concentram as expectativas para o ciclo de queda da Selic, como reflexo da correção das apostas para a taxa terminal, que voltavam aos 9,75% na tarde de ontem. Para o Copom de junho, o mercado já precifica em torno de 90% de chance de redução do ritmo de corte. 

Mas, ao contrário do que costuma ocorrer quando o cenário de Selic mais alta se consolida, o real não conseguiu manter-se em alta no pregão. O benefício para a taxa de câmbio doméstica foi suplantado pela queda das commodities e a moeda americana à vista subiu aos R$ 4,9830 (+0,20%).

MERCADOS NO EXTERIOR

No fim do pregão, as bolsas de Nova York perderam o ímpeto e viraram para o vermelho, puxadas pelo desempenho das big techs. O Dow Jones caiu 0,08%, o S&P 500 registrou perdas de 0,28% e o Nasdaq recuou 0,42%. 

Os retornos dos Treasuries se consolidaram em queda, após a demanda abaixo da média de um leilão de T-notes de 5 anos pesar sobre os rendimentos. Enquanto investidores mantêm os próximos dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE) no radar, as expectativas para o primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) seguem ancoradas na reunião de junho.

Já no câmbio, o dólar, que oscilava mais cedo, teve pequenos ganhos contra rivais desenvolvidos. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou variação positiva de 0,08%, a 104,314 pontos.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O Banco Central divulgou ontem (26) a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O texto foi interpretado como trazendo uma mensagem mais dura, de compromisso do BC em trazer a inflação para a meta. Na ata, o Comitê destaca que “as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária”. Sobre a mudança no forward guidance o Copom foi didático ao enfatizar que “unanimemente concluiu que o cenário mais incerto reduzia o benefício da sinalização futura e elevava seus custos” reforçando que “a alteração na comunicação se dava por uma mudança na incerteza e não no cenário-base.” Além disso, o Comitê se colocou mais dependente dos dados e apontou que “alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado.”

O IPCA-15 ficou em 0,36% em março, 0,42 ponto percentual (p.p.) menor que o de fevereiro, quando variou 0,78%. A pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,32% para o período.  O resultado foi, em grande parte, influenciado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,91% e impacto de 0,19 p.p. no índice geral. A gasolina subiu 2,39% em março, ante alta de 0,84% um mês antes, e teve o maior impacto individual positivo (0,12 p.p.). 

Em relação ao Boletim Focus, este registrou um leve recuo nas expectativas para a inflação de 2024 e 2025, que foram de 3,79% para 3,75% e de 3,52% para 3,51%, respectivamente. Além disso, houve uma continuidade do movimento de revisão da atividade de 2024 para cima, desta vez indo de 1,80% para 1,85%.

INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR

O índice de confiança do consumidor americano recuou de 104,8 para 104,7 pontos. O resultado veio abaixo da alta para 107 pontos esperada pelo mercado, mas segue acima da marca de 80 pontos.

POLÍTICA NO BRASIL

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já admite encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de meta fiscal abaixo do superávit de 0,5% do PIB prometido para o ano que vem. Em entrevista, Haddad deixou a meta em aberto e disse que ela depende da tramitação de projetos no Legislativo. (CNN)

O Ministério da Fazenda divulgou ontem (26) sua proposta para redução da dívida dos Estados, em um movimento descrito por Haddad como o “início de um processo de negociação”. As taxas de juros reais cobradas no serviço da dívida serão reduzidas de 4% para até 2% para os Estados que se comprometerem a criar e ampliar matrículas no ensino médio técnico até 2030. Além disso, independentemente da adesão ao programa, os entes poderão reduzir de forma adicional a taxa de juros, desde que realizem amortização extraordinária de 10% ou 20% do saldo devedor, respectivamente. (Valor)

Os grupos técnicos que discutem a regulamentação da reforma tributária do consumo têm obtido convergências com Estados e municípios na grande maioria dos temas, o que deve facilitar a aprovação do novo modelo no Congresso. Desse modo, a expectativa é que os dois projetos de lei complementar, um sobre os novos tributos e outro sobre o comitê gestor do IBS, sejam enviados em abril. (Valor)

Reunidos em Belém, os presidentes da França e do Brasil anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a Amazônia. A iniciativa pretende alavancar 1 bilhão de euros (R$5,3 bi) em recursos privados e públicos nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro, quanto para aquela que está na Guiana Francesa.  (Folha)

PAINEL DE COTAÇÕES

As informações contidas neste material têm caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Este material é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Órama Investimentos, incluindo agentes autônomos e clientes, podendo também ser divulgado no site e/ou em outros meios de comunicação da Órama. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Órama. 
Compartilhe o post:

Posts Similares