Carteira Órama Renda – Fevereiro de 2024

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Carteira Órama Renda – Fevereiro de 2024

Sobre a Carteira Órama Renda

A Carteira Órama Renda utiliza critérios quantitativos e qualitativos para seleção dos Fundos Listado (FIIs, FIAgros, FI-Infras). A recomendação é composta por 4 ativos, com principal objetivo de geração de renda passiva. Trata-se de uma carteira mensal, em que qualquer entrada/saída e/ou aumento/diminuição de exposição é realizada sempre ao final de cada mês, quando divulgamos este relatório com informações de performance e demais atualizações.

Retorno (início):
+27,29%

Retorno (mês):
-0,37%

Dividend Yield:
14,81%

Dividendo:
R$ 1,08/cota

Indexadores:

90% CDI
10% IPCA

PERFORMANCE l JANEIRO 2024:

O mês de janeiro foi marcado, sobretudo, por uma correção dos preços após o rali de fim de ano. No Brasil, com o Congresso em recesso, a pauta política foi guiada pelo embate entre o executivo e o legislativo em torno da MP 1.202/2023, que trata da reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. Além disso, houve a sanção da Lei Orçamentária de 2024 com veto ao valor disponibilizado para as emendas de comissão, gerando um desconforto entre os dois poderes. Por fim, pesou sobre o mercado a divulgação da “Nova Indústria Brasil (NIB)”, um plano de industrialização do governo federal com o intuito de injetar R$300 bilhões até 2026 via crédito e subvenções, majoritariamente. Investidores se incomodaram com a sinalização, que trouxe lembranças do fracassado Programa de Sustentação do Investimento (PSI), mas interlocutores do governo indicam que, diferente do PSI, este não contará com desembolsos do Tesouro Nacional. Isso, somado à falta de avanços na agenda econômica do governo, contribuiu para um clima menos favorável em relação ao observado em dezembro de 2023. Com o desconforto político no radar, e com um mercado externo também com os juros futuros subindo, as curvas de DI abriram cerca de 35 bps nos vértices mais longos. 

No exterior, com a economia americana dando sinais mais fortes de resiliência, o mercado reprecificou o começo dos cortes de juros dos Treasuries para a terceira reunião do ano, em maio, anteriormente esperado para março. Ainda tratando do orçamento americano, o legislativo aprovou mais um projeto de lei que estende o prazo para entrega do documento, desta vez até março de 2024, dando mais fôlego para as negociações.

No mercado americano, que contou com a divulgação dos resultados corporativos, os índices apresentam desempenho positivo próximo a 3%. Na contração do quadro internacional, o Ibovespa recua cerca de 5,1% no mês, resultado da realização dos lucros após o rali de fim de ano. Em relação ao câmbio, o real desvaloriza 1,9% em relação ao dólar. Já nas commodities, o ouro apresenta queda de 1,3% e o petróleo avança 7,5%. 

Para fevereiro, é esperado o retorno do recesso parlamentar na primeira semana, dando continuidade à agenda pausada no final de dezembro. A mensagem passada tanto pelo Banco Central americano quanto pelo brasileiro na Super-quarta, que acontece no último dia útil de janeiro, também guiará os negócios ao longo do mês de fevereiro.

É válido lembrar que fevereiro é um mês mais curto e também tem o feriado de Carnaval, diminuindo ainda mais a quantidade de dias úteis. Desse modo, o CDI do mês será menor que a média dos outros meses do ano, o que impacta pontualmente os retornos dos títulos e fundos atrelados a esse indexador.

Equipe de Estratégias – Órama Investimentos

Em janeiro tivemos mais uma vez a renovação do recorde de pontos no IFIX. Embora com um crescimento menor do que dezembro, o mercado vem reagindo bem aos cortes de juros. Este mês a carteira é divulgada um dia após mais um corte de juros de 0,5 pontos percentuais. Nesse sentido, nossa principal atenção ao longo do ano segue sendo a evolução da política monetária no Brasil e no mundo. Além disso, chama a atenção as novas Ofertas de Fundos Imobiliários de grande porte, o que deve movimentar o mercado em 2024.

Os ativos de renda apresentam uma variação negativa de dividendos desde o início da queda dos juros, evidenciada claramente no gráfico mensal do nosso relatório. Observamos uma redução de R$ 1,24 em agosto de 2023 para R$ 1,08 neste mês. Diante desse cenário, já estudamos a necessidade de ajustar nossa estratégia, considerando a migração para ativos de maior risco que ofereçam dividendos mais atrativos ou explorar alternativas entre os diversos indexadores disponíveis.

Contudo, é importante ressaltar que estamos diante de um contexto de mercado atípico em comparação aos anos recentes, caracterizado por uma inflação controlada e uma trajetória decrescente dos juros. A manutenção de nossa alocação significativa em CDI se justifica devido ao patamar ainda elevado das taxas de juros. Conforme as projeções da Órama, nos atuaide mercado, é provável que os ativos indexados ao CDI continuem proporcionando uma rentabilidade superior nos próximos meses em comparação a ativos de mesma qualidade atrelados à inflação.

Neste contexto, a Carteira Órama Renda teve um retorno de -0,37% vs. IFIX +0,67%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de +27,29%, enquanto o índice subiu +24,59%.

MOVIMENTAÇÕES l FEVEREIRO 2024:

Neste mês não tivemos alteração na Carteira Renda.

MONITOR DE DIVIDENDOS DA CARTEIRA ÓRAMA RENDA:

Este mês os fundos que compõem a Carteira Órama Renda distribuíram em média R$ 1,10/cota. Importante destacar que o objetivo desta carteira é manter um dividend yield de 1% ao mês. Neste contexto, ela atualmente é composta 100% por fundos de crédito (FIIs de CRIs/ FIAgros de CRAs).

Os CRIs/CRAs são papéis de renda fixa, que tem resultado mensal de juros e da variação do indexador, seja um indicador de inflação ou o próprio CDI. Em paralelo, os fundos de Tijolo – aqueles que compram imóveis diretamente – recebem mensalmente o aluguel pago pelo inquilino. De acordo com o contrato firmado, o aluguel é reajustado anualmente pela inflação. Ou seja, o impacto da correção monetária nas distribuições só é sentido uma vez por ano pelo fundo e seus cotistas. Além disso, em um momento de mercado mais desafiador para o proprietário do imóvel (no caso, o próprio FII), impactos de descontos, inadimplência, carência e renegociações podem se refletir em resultados abaixo do esperado. Por tal motivo, os FIIs de CRIs conseguem entregar rendimentos mais elevados.

Em relação aos resultados da Carteira Renda, é possível observar que mesmo em um momento de deflação (no 2º semestre de 2022), os dividendos seguiram acima da meta de 1% a.m. e da média do mercado. Passado esse período, temos um ano de 2023 com a inflação subindo gradualmente. Em termos de comparação, a inflação entre fev/23 e abr/23 foi apurada em média de +0,72%, enquanto entre nov/22 e jan/23 esteve +0,52%.

Para os próximos meses, esperamos que dividendos sigam atrativos, diante do fim do impacto da deflação nos pagamentos dos CRIs, e a manutenção dos juros em patamares elevados por um período mais longo do que inicialmente era esperado (justificado pelas incertezas fiscais no país).

ALOCAÇÃO POR INDEXADOR:

Conforme comentado na seção anterior, atualmente nossas recomendações estão com maior peso em operações de crédito atreladas ao CDI, tendo em vista a expectativa de manutenção de juros em níveis elevados por um período de tempo maior do que inicialmente esperado. Além disso, importante destacar que estamos buscando fundos com perfil de risco mais equilibrado, devido ao aumento do custo da dívida para as empresas e o cenário macro mais desafiador, com maiores incertezas.

Fonte: Quantum Axis – Elaboração: Órama Investimentos

RECOMENDAÇÕES:

KNCR11 – Kinea Renda Imobiliária

O KNCR11 é um dos principais fundos do mercado de Fundos Imobiliários. Com um patrimônio líquido atual que ultrapassa a marca de R$ 5,76 bilhões, o fundo tem presença sólida no mercado há 11 anos. O volume médio diário de negociações supera os R$ 10,9 milhões, sendo opção viável tanto para investidores institucionais quanto para investidores individuais. O objetivo principal deste fundo é render aos cotistas 100% do CDI isentos de Imposto de Renda. Para atingir este objetivo, concentra investimentos em CRIs indexados ao CDI.

Ao fim de agosto, o Fundo apresentava alocação, em relação ao seu patrimônio, de 103,0% em CRI e 4,3% em instrumentos de caixa. A parcela investida em CRI está mais de 99% indexada ao CDI somada a uma taxa média de 2,40% a.a. e com prazo médio de 5,5 anos. A carteira possui perfil high grade/mid grade, em sua maior parte contendo risco corporativo, o qual possuem uma empresa como principal devedora. Os segmentos estão divididos da seguinte forma: Escritórios (57,1%), Shoppings (27,2%), Residencial (11,6%) e Logístico (4,0%).

Nossa indicação de investimento tem caráter defensivo, especialmente em um cenário de juros elevados e incertezas no mercado para os próximos meses. Destacamos nesse momento, o alto padrão de acompanhamento e diligência de crédito feito pela gestora, desempenhando um papel fundamental na gestão eficiente e segura do fundo ao longo do tempo.

Confira a análise completa do KNCR11.

RBRY11 – RBR CRÉDITO ESTRUTURADO FII:

*Em restrição: Oferta em andamento

VGIR11 – VALORA CRI CDI FII:

O VGIR é gerido pela Valora Investimentos, casa com mais de 15 anos de mercado e com vasta experiência em operações de crédito. O Fundo tem como objetivo investimento em CRIs, com maior concentração em operações indexadas ao CDI. Além disso, dada a expertise do time de gestão nesse tipo de ativo, grande parte das operações foram originadas e estruturadas pela casa, o que traz um diferencial para o fundo, tendo em vista a possibilidade de negociação de melhores garantias e taxas para cada CRI, além do monitoramento próximo das operações.

Atualmente, a carteira do fundo possui 48 CRIs, sendo 96% indexados ao CDI (+4,90%) e o restante à IPCA (+8,40%). A maioria dessas operações possui lastros do segmento residencial, e duration mais curta. Parte das operações são de estoque pronto, ou seja, o devedor dá como garantia unidades prontas do empreendimento, e os recebíveis são ligados às vendas dos imóveis. A recomendação no fundo tem como base o cenário de manutenção de juros em patamares elevados, considerando a concentração da carteira em operações CDI+, e o spread acima dos pares do mercado, tendo em vista a relação risco/retorno. Vale destacar que em setembro foi realizado o desdobramento de cotas na proporção 1:10, com objetivo de trazer ainda mais liquidez no mercado secundário.

Confira a análise completa do VGIR11.

FGAA11 – FG/AGRO FIAGRO:

O FGAA11 é o FIAgro de CRAs da FG/A Gestora. O fundo traz duas estratégias para sua carteira: carrego e giro. Dessa forma, o gestor consegue aproveitar os momentos do mercado, com alocações em ativos que acreditam no fechamento de spread e geração de lucro adicional, além do carrego de papéis com taxas atrativas e risco de crédito controlado. A FG/A é uma casa que já vem do agro, começando sua história em 2005 com assessoria para empresas do setor, auxiliando na estruturação de projetos, atuando tanto na reestruturação financeira das companhias, quanto na parte estratégica do negócio. Neste contexto, o time se diferencia com sua experiência e conhecimento sobre o agronegócio, que se traduzem na sua capacidade de originação de operações. O FGAA11 vem sendo destaque em relação aos dividendos, estando entre os TOP 5 maiores pagadores de rendimentos de 2022 da indústria.

Nossa recomendação tem como base a confiança que temos no time de gestão, junto a carteira de CRAs corporativos de risco reduzido quando comparado aos seus pares, e capacidade de geração de ganho de capital adicional com transações no mercado secundário. Há de ressaltar que o Fundo vem pagando um dos melhores dividendos do mercado. No primeiro trimestre do ano o Fundo realizou a distribuição equivalente a CDI + 4,05%, isentos de impostos.

Confira a análise completa do FGAA11.

Confira também a nossas Estratégias de Investimento para esse mês.

DISCLAIMER

AVISOS IMPORTANTES:

"Este documento é distribuído pela ÓRAMA DTVM S.A. (“Órama”), estando em conformidade com a Resolução CVM 20/2021. O(s) analista(s) de valores mobiliários Anna Clara Schuwartz Tannouz Tenan - CNPI EM 3045, é(são) o(s) signatário(s) da(s) análise(s) descrita(s) no presente documento e se declara(m) inteiramente responsável(is) pelas informações e afirmações contidas neste material. O(s) analista(s) envolvidos na elaboração deste documento declara(m) que as recomendações eventualmente contidas no relatório refletem única e exclusivamente sua opinião pessoal sobre o(s) ativo(s) analisado(s) e foi(ram) elaborado(s) de forma independente, inclusive em relação à Órama. A Órama mantém e/ou tem intenção de manter relações comerciais com um(a) ou mais companhias/fundos a que se refere este relatório. A Órama está atuando como Participante Especial no âmbito da oferta pública de valores mobiliários de emissão do FIAGRO Exes Araguaia (AGRX11) e BTG Logística FII (BTLG11). Parte da Remuneração do(s) analista(s) é proveniente dos lucros da Órama como um todo e, consequentemente, das receitas oriundas de transações realizadas pela Órama. A Órama pode estar atuando e/ou ter atuado como instituição intermediária e/ou participante de oferta pública de valores mobiliários de emissão de uma ou mais [companhias/fundos] citadas neste relatório, inclusive nos últimos 12 meses. Todas as informações utilizadas na(s) análise(s) contida(s) neste documento foram redigidas com base em informações públicas de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações contidas no presente documento não são incertas ou equívocas no momento de sua publicação, a Órama e o(s) seu(s) analista(s) não respondem por sua veracidade. As informações contidas no presente documento têm propósito meramente informativo, não se constituindo em uma oferta de compra ou de venda de qualquer ativo. As informações, opiniões, estimativas e projeções eventualmente contidas se referem à data de sua elaboração e/ou divulgação, bem como estão sujeitas a mudanças, não havendo obrigatoriedade de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão. Ainda, as opiniões a respeito de compra, venda ou manutenção dos ativos objeto ou a ponderação de tais ativos numa carteira teórica expressam o melhor julgamento do(s) analista(s) responsável(is) por sua elaboração, porém não devem ser entendidos por investidores como recomendação para uma efetiva tomada de decisão ou realização de negócios de qualquer natureza. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades pessoais de um investidor em específico, não possuindo qualquer vinculação com o perfil do investidor (suitability) e não devendo ser considerado para este fim. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, a Órama aconselha que o investidor entre em contato com o seu assessor para orientação financeira com base em suas características e objetivos pessoais, bem como recomenda o preenchimento do seu perfil de investidor. Operações com o(s) ativo(s) objeto das análises podem não ser adequadas ao perfil do investidor. Rentabilidade prevista ou passada não é garantia de rentabilidade futura. As projeções eventualmente constantes neste documento poderão ter resultados significativamente diferentes do esperado. Recomenda-se a análise das características, prazos e riscos dos investimentos antes da decisão de compra ou venda. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido, não podendo a Órama e/ou o(s) analista(s) envolvido(s) na elaboração deste material serem responsabilizados por qualquer perda direta ou indireta decorrente da utilização do seu conteúdo, cabendo a decisão de investimento exclusivamente ao investidor. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, dentre outras condições, podem afetar o desempenho do(s) ativo(s) objeto da análise deste documento. Fica proibida a reprodução ou redistribuição deste material para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio e expresso consentimento da Órama."
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