Comunicado Copom – Janeiro 2024

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Comunicado Copom – 260ª reunião

DECISÃO DO COPOM

Em sua 260ª reunião, o Copom cortou os juros em 0,50 p.p., levando a Selic para 11,25%. A decisão, que foi unânime entre os membros, era amplamente esperada pelo mercado, assim como pela Órama, e em linha com a sinalização feita pelo Comitê no último encontro.

COMENTÁRIOS

No mercado doméstico ainda enfrentamos alguns desafios. As recentes leituras da inflação trouxeram atenção ao grupo de serviços subjacentes, mas, até então, seguindo a desinflação esperada para a segunda etapa do processo. Do lado da atividade ainda vemos resiliência, com um mercado de trabalho forte. No fiscal, as dúvidas acerca da meta de resultado primário e o anúncio do novo programa de industrialização brasileira (NIB) trazem desconforto ao mercado, que não permite que as expectativas da inflação convirjam para o centro da meta.

Somado a isso, a incerteza em relação à trajetória de juros que será traçada pelo Fomc, nos EUA, escalada dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio, que possuem potenciais inflacionários mundiais, e a resiliência da atividade americana, em especial do mercado de trabalho, ainda exigem cautela do Copom na condução da política monetária, principalmente como um país emergente. 

Deste modo, consideramos a decisão do Copom acertada e aderente com a resolução do Banco Central americano, tanto no corte, quanto na manutenção do forward guidance de corte de 50 bps nas próximas reuniões, que englobam o encontro de março e de maio. Entendemos que, apesar de um cenário incerto, estamos em uma trajetória consolidada de desinflação até o momento. Por outro lado, uma aceleração do ritmo não caberia no curto prazo visto às expectativas de inflação ainda desancoradas, assim como o risco de descompasso com o Fomc, que poderiam ser prejudiciais ao curso do nível de preços. 

Em relação ao balanço de riscos, observamos a manutenção dos principais, mas uma atenção especial ao comportamento do grupo de serviços subjacentes, no IPCA, e a evolução dos conflitos geopolíticos, temas que devem ser melhor explorados na Ata. Outro ponto cabe destaque é a redução, ainda que pequena, das projeções do Comitê para 2024 (3,9% para 3,5%) e 2025 (3,5% para 3,2%). 

Como não vimos mudanças relevantes nos riscos, dinâmica inflacionária, projeções do Copom, hiato do produto e expectativas no Boletim Focus, que contribuiu para um comunicado neutro e mantendo o os próximos passos esperados, confirmamos nossa projeção de Selic terminal em 9,50% a.a., no terceiro trimestre de 2024, com mais três cortes de 0,50 p.p. e um final de 0,25 p.p.

Comunicado Copom – 260ª reunião



Eduarda Schmidt – Economista

Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 31/01/2024.
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