Expectativas pré-Copom – Janeiro 2024

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EXPECTATIVAS PRÉ-COPOM

Seguindo o ritmo já ditado pelo Banco Central, esperamos para a 260ª reunião do Copom mais um corte unânime de 0,50 p.p., levando a Selic a 11,25% a.a. A decisão seria em linha com o sinalizado nas comunicações anteriores e com as estimativas do mercado. Vale mencionar que o encontro conta com dois novos diretores, Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e Rodrigo Teixeira, diretor de Administração. 

Em relação ao comunicado, não vemos mudanças relevantes. No que tange a conjuntura internacional, observamos uma alteração significativa na precificação dos cortes do Fed desde o último encontro, de acordo com o CME Group, mostrando que o mercado acredita que o afrouxamento monetário começará uma reunião mais tarde. Em nossa visão, ainda existem incertezas quanto à resiliência da economia americana, principalmente no mercado de trabalho, após a divulgação de mais um payroll acima do esperado no início do mês de janeiro. 

Além disso, a persistência da inflação e dúvida acerca da duração do ciclo de política monetária nos EUA contribuem para a falta de definições. Por fim, a escalada do conflito no Oriente Médio adiciona mais volatilidade no exterior e deve ser levantado como um risco monitorado pelo Copom. 

No cenário doméstico, entendemos que haverá manutenção dos principais fatores de risco. Do lado fiscal, que impacta a convergência das expectativas, não tivemos grandes alterações dado o recesso parlamentar. Algumas notícias como a apresentação da NIB (Nova Indústria Brasil) e o embate entre o executivo e o legislativo em torno da MP 1.202, que trata da reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, trouxeram desconforto aos investidores e pressionaram levemente a abertura da curva de juros.

Nos indicadores econômicos, apesar do recente comportamento negativo da inflação, principalmente nos serviços subjacentes, não vemos que isso altera a trajetória de queda na segunda etapa do processo. Acreditamos, no entanto, que será um assunto discutido pelo Comitê na ata. Além disso, ainda vemos um mercado de trabalho muito forte, apresentando patamares recordes da massa salarial, que deve seguir como tópico acompanhado. 

Desse modo, esperamos uma comunicação neutra, mantendo o forward guidance de cortes de 0,50 p.p. para as próximas reuniões, que inclui os encontros de março e maio. O cenário internacional, com a perspectiva do início do ciclo de cortes de juros apenas em maio, aliado à uma expectativa de inflação ainda desancorada no Brasil e recentes leituras do IPCA justificam tal decisão. 

Ainda, no que tange a possibilidade de redução do ritmo, não acreditamos que traria, neste momento, ganhos significativos para a inflação, que, embora tenha trazido dúvidas sobre a composição em suas últimas divulgações, ainda segue em uma trajetória consistente


Expectativas pré-Copom – 260ª reunião

Eduarda Schmidt – Economista


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