Ata do Copom – Dezembro 2023

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ATA DO COPOM – 259ª REUNIÃO

A Ata do Copom veio em linha com as falas do comunicado da reunião, ao admitir que o ambiente externo segue volátil, apesar de menos adverso, em virtude, principalmente, do recuo das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos. 

A decisão unânime de reduzir em 0,50 p.p., levando a Selic a 11,75%, não surpreendeu o mercado, que já esperava a taxa nesse patamar no encerramento do ano, de acordo com o Boletim Focus

Como já indicado no comunicado, o Comitê manteve o forward guidance referente à perspectiva de cortes de 0,50 p.p nas próximas reuniões. O mercado debatia sobre a possibilidade de mudança nessa comunicação, podendo não haver uma sinalização de próximos passos ou ainda restringir apenas para a próxima reunião.

Na Ata, o colegiado fez questão de indicar que tanto a desaceleração da economia quanto a desinflação estão de acordo com suas expectativas. Já em relação ao mercado de trabalho, o grupo alerta a importância de acompanhar suas respectivas variáveis, com ênfase à dinâmica dos rendimentos reais. Contudo, destacam que, a princípio, enxergam a elevação como temporária, e não veem evidências de fortes pressões salariais nas negociações trabalhistas.

Apesar disso, sinalizaram que o PIB do 3° trimestre indicou uma resiliência do consumo das famílias e a deterioração da formação bruta de capital fixo. Nesse sentido, a Ata frisa que alguns membros avaliaram que a persistência de uma conjunção de pujança de consumo e queda do investimento poderia provocar pressões inflacionárias.

Em relação ao ao cenário externo, o Comitê indica um aumento da possibilidade de pouso suave nos Estados Unidos, algo que seria favorável para a inflexão da política monetária em alguns países. No entanto, reconhece que ainda existem incertezas para o processo desinflacionário futuro, como a conjuntura geopolítica, os mercados de trabalho aquecidos e o hiato do produto apertado em economias avançadas. Assim, o Banco Central reforça a necessidade de cautela na condução da política monetária. 

Por fim, a conjuntura atual está em linha com o cenário base do BC, de modo que enxergamos uma comunicação apropriada. Hoje, vemos que há poucos ganhos em sinalizar uma expansão do ritmo de cortes antes do Fed dar início ao seu próprio ciclo de afrouxamento monetário. Desse modo, reiteramos nossas projeções contemplam quatro cortes de 0,50 p.p., com uma redução final de 0,25 p.p., até chegar na taxa terminal de 9,5% a.a.

Ata do Copom – 259ª reunião


Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia

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