Prefixados: o fechamento de uma janela

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Direto ao ponto:

A taxa Selic hoje está em 12,25% a.a., e já está amplamente precificado pelo mercado que, na última reunião do ano, no dia 13 de dezembro, o Copom cortará os juros em 50 bps. 

Com perspectiva de que o Banco Central continue o processo de queda de juros, os economistas do  Focus apontam para uma taxa de 9,25% a.a. para 2024 e chegando a 8,50% a.a. em 2025. 

O cenário de recuo dos juros faz com que os ativos prefixados se tornem bastante atrativos por dois motivos principais: 

  • É possível travar uma taxa de dois dígitos por alguns anos em um cenário de queda da Selic dada a perspectiva de uma trajetória benéfica para a inflação.   
  • Há a possibilidade de ganhos de capital com a venda do papel no mercado secundário antes do vencimento, em virtude do próprio fechamento da curva de juros.

Ao longo do ano, vimos uma volatilidade elevada nos mercados de juros no mundo como um todo. 

Como podemos ver no gráfico 1, no Brasil, as incertezas sobre o fiscal permaneceram no radar. Contudo, nas últimas semanas, com a manutenção da meta de déficit primário, andamento da PEC da Reforma Tributária no Senado e aprovação de medidas que aumentam a arrecadação para 2024, os riscos diminuíram e parte dos prêmios foram retirados dos preços, retornando uma tendência iniciada em março e que havia sido interrompida entre agosto e outubro..

Gráfico 1:

Entretanto, notamos que, no Brasil, ainda estamos em um patamar de juros superior ao que tínhamos em julho de 2023. Isso se justifica por um contágio de um movimento de juros muito forte nos EUA. Por lá, a força da atividade econômica, do mercado de trabalho e da inflação impuseram dúvidas sobre a trajetória da Fed Fund Rate. A resiliência econômica somada aos desafios fiscais e aos conflitos internacionais, levou as taxas dos Treasuries de 2, 10 e 30 anos a ultrapassarem o nível dos 5% em outubro, o que não acontecia desde a crise do Subprime, em 2007. Esse deslocamento pode ser visto no gráfico 2.

Gráfico 2:

No âmbito externo, o mês de novembro também trouxe maior apetite ao risco devido a retirada de algumas tensões do cenário, como um menor risco de escalada do conflito no Oriente Médio, o adiamento do acordo do orçamento nos EUA, indicadores econômicos mais fracos e diversas declarações interpretadas pelo mercado como dovish de dirigentes do Fed. Essa combinação de fatores contribuiu para o fechamento da curva americana, principalmente nos vértices mais longos, e corroborou para uma mudança na percepção dos investidores sobre quando deve se iniciar o corte de juros. Hoje, se antecipa que o Fed inicie o afrouxamento monetário em março, enquanto há um mês atrás era esperado que a primeira redução fosse em junho.

Dado o alívio recente e o cenário prospectivo mais benéfico para 2024, vimos que houve um recuo nas taxas prefixadas.  Entretanto, é importante ressaltar que o patamar visto no início do ano não deve voltar e que se o nosso cenário base se concretizar, as taxas prefixadas devem recuar ainda mais nos próximos meses. 

Entendemos que, atualmente, ainda existe prêmio nas taxas devido a incertezas residuais. Porém, o momento é de redução dessas tensões, com o avanço da pauta econômica no Congresso e com a melhora na percepção de risco no exterior. Logo, a janela para garantir boa rentabilidade prefixada deve acabar em breve. 

Para conferir os percentuais recomendados de alocação na classe prefixada para cada perfil de investidor, acesse aqui as Estratégias Mensais

Projeções Órama para o final de 2023 e 2024

*Câmbio Médio do Ano

Última Atualização: 17/11/2023

Confira os relatórios específicos para cada um desses indicadores em PROJEÇÕES MACRO.

Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 04/12/2023. 

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