Setor de Serviços – Agosto 2023
O setor de serviços recuou 0,9% em agosto na comparação mensal, de acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. O resultado veio abaixo do piso das expectativas (-0,8%), que apontava para mediana de +0,5% e teto de +0,8%.
Na comparação com o mesmo período de 2022 houve alta de 0,9% no volume de serviço prestados, no piso das expectativas, que tinham mediana de +2,8% e teto de +3,3%. Já no acumulado de 12 meses, a alta foi de 5,3%, ante expansão de 6,0% em julho.
Com o resultado, os serviços operam 1,9% abaixo do pico, em dezembro de 2022. Contudo, em relação ao nível pré-pandêmico (fevereiro de 2020), apresentou alta de 11,6%. O índice de difusão passou de 51,8% em julho para 49,4% em agosto, primeira vez abaixo dos 50% desde março de 2021, o que não é bom sinal.
Dentre as atividades investigadas na pesquisa, quatro das cinco apresentaram recuo na comparação mensal. Serviços prestados às famílias registrou queda de 3,8%, após quatro meses de altas consecutivas, enquanto Transportes caiu 2,10%, Outros serviços recuou 1,4% e Serviços de informação e comunicação apresentaram baixa de 0,8%. Do outro lado, Serviços profissionais foi o único grupo que expandiu no mês, com alta de 1,7%.
Já na comparação com agosto de 2022, três das cinco atividades caíram. Do lado positivo, Serviços profissionais (5,6%) e Serviços de informação e comunicação (2,4%). Já do lado negativo, Serviços às famílias (-1,5%), Transportes (-1,2%) e Outros serviços (-6,2%).
A leitura é contrária àquela propensão de maior resiliência que Serviços vinha apresentando. Avaliamos que é preciso estar atento ao número de setembro para entender se é uma mudança na trajetória, em especial dos serviços prestados às famílias, ou se é um número pontualmente baixo.
O resultado mais fraco que o previsto reforça nosso cenário de desaceleração ao longo do ano, impactado pelo alto nível da taxa de juros. Para o PIB, reiteramos nossa projeção de alta de 3,1% em 2023.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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