Juros disparam diante de discussão sobre precatórios e visão de um Fed mais hawkish

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NESTA MANHÃ
  • Hoje será divulgado o relatório de crédito do Banco Central do Brasil, que trará mais informações sobre a intensidade das concessões creditícias e o nível de inadimplência da população. No exterior, investidores aguardam o indicador de pedidos de bens-duráveis, importante para mensurar a atividade econômica americana. 
  • As bolsas na Ásia fecharam em alta após a recuperação do lucro industrial na China e novas promessas de estímulos de Pequim. Dados oficiais mostraram que o lucro industrial chinês saltou 17,2% na comparação anual de agosto, recuperando-se da queda de 6,7% vista em julho. Assim, o índice Xangai Composto subiu 0,16%, enquanto o Hang Seng avançou 0,83% e o Nikkei teve alta de 0,18%.
  • Na Europa, as bolsas oscilam perto da estabilidade. O apetite por risco na Europa é fraco desde meados da semana passada, quando o Fed sugeriu que os juros permaneceriam elevados por mais tempo do que o esperado.  Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 sobe 0,24%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam alta na abertura do pregão.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,63%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,84%, a US$ 94,75 o barril.
  • O ouro recua 0,29% a US$ 1.895,20 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 26,3 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:00 Brasil: Índice de Confiança da Indústria (Set)
  • 09:30 EUA: Pedidos de Bens-Duráveis (Ago)
  • 09:30 Brasil: Dados de Crédito do Banco Central (Ago)

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa fechou em queda de 1,49%, aos 114.193,43 pontos, a quarta sessão de perda consecutiva. O dia foi contaminado pelo humor amplamente negativo das bolsas de Nova York.

Os juros futuros dispararam, puxados por fatores internos, como a ata do Copom um pouco mais dura que o esperado e a estratégia anunciada pelo governo para lidar com os precatórios. Além desses, o ambiente externo mais negativo com a alta das taxas das Treasuries, do dólar e do petróleo contribuiu para uma intensificação do movimento. 

O dólar fechou em alta de 0,44%, aos R$4,9880, em meio ao aumento da aversão ao risco no exterior e ao avanço das taxas dos Treasuries. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em queda, após novas máximas dos juros dos títulos longos dos Treasuries em meio a expectativas de que o Fed manterá juros altos por mais tempo. O índice Dow Jones caiu 1,14%, enquanto o S&P recuou 1,47% e o Nasdaq fechou em queda de 1,57%.

Os retornos das Treasuries subiram, com os juros do T-bond de 30 anos atingindo o maior valor intraday desde fevereiro de 2011. O mercado se consolidou na aposta em um Fed mais restritivo por mais tempo depois que o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmar que vê 60% de possibilidade dos Estados Unidos atingirem um pouso suave depois de nova alta dos juros em 25 bps. 

O índice DXY fechou em alta de 0,22%, a 106,231 pontos. O dólar caiu pela manhã, mas terminou com ganhos frente a uma cesta de outras divisas fortes.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O IPCA-15 registrou alta de 0,35% em setembro, em linha com as expectativas da Órama (0,37%) e do mercado (0,37%), que variavam entre 0,21% a 0,43%. Em 12 meses, o índice acumula elevação de 5,00%, ante 4,24% em agosto.  Em nossa visão, a leitura foi benigna e contribui com a trajetória de arrefecimento dos serviços. Acesse o relatório completo aqui.

ATA DO COPOM

Ontem foi divulgada a ata do Copom, o documento deu ênfase em temas que o Banco Central parece estar dedicando maior atenção, como foi o caso dos parágrafos que alertam sobre as condições externas e o que reforça a persecução das metas fiscais domésticas. Sendo assim, nossa visão é que o Comitê foi um pouco mais rígido do que o previamente esperado. 

No que diz respeito ao cenário externo, o colegiado alertou sobre a elevação das taxas de juros de longo prazo americanas e, em relação à China, os membros avaliam que a redução do crescimento é estrutural, mas que seu impacto sobre o resto do mundo, ainda depende da magnitude das respostas contracíclicas que podem vir a ser implementadas pelo governo chinês. 

Por aqui, o Comitê debateu sobre os motivos para o crescimento mais resiliente da economia nos últimos trimestres, sendo quatro principais, podendo derivar do desempenho do setor agropecuário, mudanças na renda disponível, aumento da taxa neutra de juros e do crescimento potencial. Nossa expectativa é que os cortes se mantenham na mesma magnitude, levando a Selic no fim de 2023 para 11,75%. No entanto, frente às dificuldades fiscais e instabilidades no exterior, aumentamos nossa projeção de Selic terminal a 9,5%, de 9,0% anteriormente. Leia a análise completa aqui.

INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR

A venda de novas casas caiu em 8,7% em agosto, de um número anual ajustado sazonalmente de 739 mil em julho, para 675 mil. O movimento é simultâneo à alta das taxas de hipoteca, que alcançaram os maiores níveis em 20 anos. 

A Confiança do Consumidor divulgada pelo Conference Board caiu para a mínima de quatro meses, puxada pelas preocupações em relação ao aumento de preços e o risco de recessão. Assim, o índice recuou de 108,7 pontos para 103 pontos, abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters, 105,5 pontos. 

POLÍTICA NO BRASIL

De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o governo depende do Congresso para endereçar a questão fiscal. O ministro defendeu gastos na área social ampliados recentemente e disse que, do lado das receitas, há uma “erosão fiscal”, se referindo a medidas que foram aprovadas em 2017 mas afetam as receitas hoje. Um dos exemplos foi a decisão do Supremo Tribunal Federal, que retirou o ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins, representando perda de receitas que variam de 0,5% a 1% do PIB. (Valor)

O relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que vai atrasar a entrega de seu parecer, prevista anteriormente para o dia 04 de outubro. O senador disse que pretende apresentar o relatório até 20 de outubro, mantendo a previsão de votação no fim do mês de outubro. Braga afirmou que a proposta recebeu quase 200 emendas e que sua equipe já fez cerca de 190 reuniões, sendo esse o motivo do atraso. (Folha)

De acordo com o Advogado-Geral da União substituto, Flávio Roman, a mudança nas regras de pagamento dos precatórios vai permitir a regularização do fluxo de sentenças judiciais “sem furar expectativas” com o novo arcabouço fiscal. O comentário ocorreu após o pedido da AGU ao STF para a derrubada do limite para precatórios e a proposta do pagamento de parte das sentenças judiciais como despesa financeira. Além disso, o governo também almeja autorização para regularizar um estoque de cerca de R$95 bilhões via créditos extraordinários, quitando o passivo ainda em 2023. (Folha)

PAINEL DE COTAÇÕES


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