Decisões de política monetária no Brasil e nos EUA movimentarão os mercados

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NESTA MANHÃ
  • As atenções hoje se voltam para as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, ambas amplamente precificadas. No Brasil, é esperado corte da taxa de 50 bps, levando a Selic a 12,75%. Já nos EUA, a tendência é que o Fomc mantenha a taxa no patamar de 5,25%-5,50%. 
  • Em ambos os casos, o mais importante será a mensagem passada nos comunicados sobre os próximos passos. Adicionalmente, nos EUA os operadores estarão de olho também no relatório de projeções que o Fed divulgará junto da decisão.
  • As bolsas na Ásia fecharam em baixa, após a China deixar seus principais juros inalterados e o mercado se posicionar frente à decisão de política monetária do Fed. O Xangai Composto fechou em queda de 0,52%, o Hang Seng recuou 0,62% e o Nikkei caiu 0,66%. 
  • Na Europa, as bolsas operam em alta, com a bolsa de Londres (FTSE) liderando os ganhos após uma inesperada desaceleração nos preços ao consumidor do Reino Unido. A inflação anual ao consumidor (CPI) recuou para 6,7% em agosto, surpreendendo analistas que previam estabilidade da taxa nos 6,8% de julho. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,62%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam alta na abertura do pregão.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,42%.
  • Os contratos futuros do Brent caem 0,78%, a US$ 93,60 o barril.
  • O ouro sobe 0,05%, a US$ 1.932,17 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 27,1 mil.
AGENDA DO DIA
  • 09:00 Europa: Discurso de McCaul, membro do Banco Central Europeu
  • 09:30 Europa: Discurso de Elderson, membro do Banco Central Europeu
  • 15:00 EUA: Decisão de Política Monetária do Fomc
  • 15:30 EUA: Coletiva de Imprensa Fomc
  • 18:00 Brasil: Decisão de Política Monetária do BCB

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa fechou em queda de 0,37%, aos 117.845,78 pontos. A Petrobras (PETR3 0,0% e PETR4 0,23%) se destacou mais cedo entre as ações de maior peso e liquidez, com o petróleo estendendo ganhos recentes. No entanto, ao fim do pregão os preços perderam força, afetando negativamente o desempenho da petroleira. No geral, o clima entre os investidores é de aguardo em relação às decisões de política monetária de hoje (20). 

Os juros futuros subiram durante toda sessão, principalmente na ponta longa, refletindo a aversão ao risco importada de Wall Street na véspera da decisão do Fomc. Mesmo com as apostas bem ajustadas para um novo corte de 50 bps no Copom de hoje, as taxas curtas foram contaminadas e, além disso, pressionadas pelo desempenho das commodities.

O dólar fechou em alta de 0,35%, em R$4,8730. A desvalorização do real se deu em meio a um ambiente externo mais negativo e ao aprofundamento das perdas do Ibovespa. Operadores observaram que houve pressão compradora no segmento futuro, com recomposição das posições defensivas e realização de lucros diante de um ambiente de cautela na véspera das decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em baixa moderada na véspera do comunicado do Fed sobre os juros. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,31%, enquanto o S&P caiu 0,22% e o Nasdaq recuou 0,23%. De acordo com o monitoramento do CME Group, a probabilidade dos dirigentes optarem por manter os juros básicos na faixa atual de 5,25% a 5,50% é de 99%. 

Os rendimentos dos Treasuries tiveram alta generalizada, com a taxa da T-Note de 5 e 10 anos tocando os maiores níveis desde 2007, com os preparativos finais para a reunião de política monetária do Fed. 

O dólar subiu ante o iene e o euro, operando perto da estabilidade, e oscilou em pequena queda frente a libra. No fim do dia, o índice DXY fechou em baixa de 0,06%, aos 105,137 pontos. 

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) teve alta de 0,44% em julho na comparação mensal, acima das expectativas que tinham mediana de 0,35%. Na comparação com o mesmo período de 2022, a atividade econômica teve alta de 0,66%, abaixo do antecipado pelo mercado (0,75%), desvio explicado pelas revisões altistas dos meses anteriores. No acumulado de 12 meses houve alta de 3,12%. A leitura do IBC-Br corrobora com nosso cenário de desaceleração, com o PIB apresentando um terceiro trimestre estável. Para saber mais leia nosso relatório aqui.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

A construção de novas residências caiu 4,3% em agosto, para uma taxa anual ajustada de 941 mil unidades, de acordo com o Departamento de Comércio. O recente aumento nas taxas de hipoteca, além dos rendimentos dos Treasuries, podem estar entre os responsáveis pela piora dos construtores e pelo afastamento de compradores de novos imóveis.

POLÍTICA NO BRASIL

O deputado Danilo Forte (União-CE) afirmou que o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, admitiu que o governo pode concordar com a revisão de pontos da medida provisória que muda regras de tributação dos incentivos fiscais de ICMS e retoma a diferença de regras na tributação federal para subvenções de custeio e investimento. O deputado comentou que os secretários reconheceram que interpretações feitas a partir da MP podem gerar insegurança jurídica para os investimentos das empresas. Por isso, o governo teria concordado com uma revisão do texto, a ser feita durante a tramitação no Congresso. (Valor)

Uma sondagem online da empresa Quaest feita junto a 87 gestores, economistas e analistas do mercado financeiro sugere queda na avaliação do governo e redução da aprovação do trabalho do ministro da Fazenda. De acordo com a sondagem, 46% enxerga a atuação de Haddad como positiva, uma queda em relação aos 65% de julho, mas ainda acima dos 26% apurados em maio. (Valor)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (19) que a produção verde “receberá incentivos” na reforma tributária e que a mudança na tributação sobre o consumo “considera a transição ecológica”. Em participação no evento “Bloomberg Transition Finance Action Forum”, em Nova York, o titular da equipe econômica do governo Lula também mencionou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se comprometeu a colocar o texto para votação em outubro. Além disso, Haddad falou de medidas voltadas à sustentabilidade, como a tentativa de regulamentar o mercado de carbono, cujo projeto de lei que regulariza o mercado entrou na pauta de votações da Comissão de Meio Ambiente do Senado desta quarta-feira (20). (Poder 360 / Valor)

A presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), cancelou a reunião em que seria votado o relatório preliminar do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024. De acordo com fontes do legislativo, o cancelamento ocorreu por falta de quórum. A LDO deveria ter sido aprovada em junho para que os parlamentares saíssem de recesso, mas eles adiaram a votação e até agora não concluíram o debate em torno do projeto. (Valor)

A declaração do deputado Danilo Forte (União-CE), relator do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias de 2024, sobre rever a meta irritou integrantes da equipe econômica do governo. Eles negam que o executivo estaria propenso a alterar a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024. (Valor)


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