Investidores se posicionam para semana de agenda forte

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NESTA MANHÃ
  • Investidores se preparam para uma semana agitada. Por aqui, após um IPCA-15 no teto das estimativas, o mercado aguarda o PIB na sexta-feira (01) e tem expectativa do fim da reforma ministerial, além do envio da PLOA. Já no exterior, a semana trará também o PIB na quarta-feira (30), assim como o PCE na quinta-feira (31) e o payroll na sexta-feira (01), que devem dar direção aos próximos passos em relação à trajetória dos juros. 
  • Os mercados acionários da Ásia registraram ganhos, após a China anunciar medidas recentes de estímulo, inclusive ao mercado acionário, com a redução de impostos sobre transações. Em Hong Kong, porém, a ação da incorporadora chinesa Evergrande Group recuou quase 90%, na volta do papel a negociações depois de 17 meses de suspensão, com o setor imobiliário chinês ainda como foco de cautela. Nesse cenário, o Xangai Composto subiu 1,13%, enquanto o Hang Seng avançou 0,97% e o Nikkei teve alta de 1,73%.
  • Na Europa, as bolsas operam no positivo, em dia de menor liquidez devido ao feriado no Reino Unido, portanto, sem pregão na Bolsa de Londres. Os investidores reagem às falas em Jackson Hole, na última semana, e se preparam para a divulgação da inflação europeia na quinta-feira (31). Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,46%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indica abertura em alta. 
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,26%.
  • Os contratos futuros do Brent caem 0,12%, a US$ 84,38 o barril.
  • O ouro avança 0,03%, a US$ 1.914,78 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 26 mil.
AGENDA DO DIA
  • Reino Unido: Feriado Bancário
  • 08:25 Brasil: Boletim Focus 
  • 09:30 Brasil: Dados de Crédito do BCB (Jul)
  • 11:30 EUA: Índice de Confiança das Empresas do Fed de Dallas

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

Mesmo em baixa nas duas primeiras semanas do mês, o Ibovespa conseguiu acumular uma alta de 0,37% na última semana. Na sexta, no entanto, o índice fechou em queda de 1,02%, a 115.837,20 pontos, com destaque para perdas entre os grandes bancos, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). O dia foi marcado pela aversão à risco diante do IPCA-15 acima do esperado e do discurso mais duro do presidente do Fed no Simpósio de Jackson Hole. 

Os juros futuros fecharam em alta, em meio ao IPCA-15 no teto das expectativas e à sinalização vinda do Jackson Hole. O movimento que mais chamou atenção foi o do DI janeiro de 2025, que subiu quase 15bps no fim da tarde. Esse é o contrato que abarca as várias reuniões do Copom daqui até o fim de 2024, que parece ter sido influenciado pela redução das apostas para um aumento do corte de juros para 75bps por reunião. 

O dólar fechou em queda de 0,09%, cotado a R$4,8750. A movimentação do real ao longo do dia pode ser atribuída, em grande parte, ao ambiente externo. A moeda se valorizou frente ao dólar em meio ao avanço do minério de ferro e commodities agrícolas diante dos anúncios do governo chinês de medidas de apoio ao setor imobiliário, mas perdeu o ritmo após o avanço das Treasuries com o discurso mais endurecido de Jerome Powell, presidente do Fed. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em alta, com recuperação ao longo da tarde após terem oscilado com o discurso de Powell, que indicou intenção de manter juros restritivos por mais tempo que o esperado. O índice Dow Jones subiu 0,73%, enquanto o S&P teve alta de 0,67% e o Nasdaq aumentou 0,94%.

Os rendimentos dos Treasuries oscilaram instáveis e ficaram sem direção após o discurso de Powell. Além disso, o mercado passou a precificar de maneira majoritária a chance de pelo menos uma nova alta de juros até novembro, de acordo com a plataforma de monitoramento do CME Group. 

Por fim, o DXY fechou com alta de 0,09%, a 104,077 pontos. No entanto, o dólar se enfraqueceu contra divisas europeias após a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçar que a luta contra a inflação não terminou no bloco e outros dirigentes europeus sinalizarem apoio a novas altas de juros. 

O presidente do Fed, Jerome Powell, discursou na sexta no Simpósio de Jackson Hole, trazendo uma mensagem de cautela. Powell fez questão de reforçar que o cenário ainda é de muita incerteza em relação aos efeitos da política contracionista na atividade e inflação, ainda que haja alguma percepção positiva sobre a evolução do cenário até aqui. Nesse sentido, o líder da autoridade monetária espantou as hipóteses de que o Fed seria leniente com uma taxa de inflação acima da meta por mais tempo e frisou que estão preparados para aumentar ainda mais as taxas de juros, caso seja necessário, para levar a inflação à meta de 2%. No geral, o mercado enxergou o discurso mais duro do que o esperado. 

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos, divulgado pela Universidade de Michigan, teve leve queda em agosto, indo de 71,6 pontos em julho para 69,5 em agosto. O número veio abaixo do esperado por economistas entrevistados pela Reuters, que projetavam um resultado em 71,2 pontos. Apesar da queda, a confiança ainda está mais próxima das médias históricas de 86 pontos do que do recorde mínimo registrado em junho de 2022. 

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O IPCA-15 registrou alta de 0,28% em agosto, acima das expectativas da Órama (0,21%) e do mercado (0,17%), que variavam entre 0,02% e 0,28%. O índice acumula em 12 meses elevação de 4,24%, ante 3,19% em julho e estimativa de 4,12%. O resultado mais forte do que esperado é explicado, principalmente, pela alta no preço dos automóveis novos (2,94% e 0,09 p.p.), uma devolução mais rápida do que havíamos antecipado após o programa de incentivos pelo governo em julho. Contudo, apesar da alta concentrada em itens pontuais, a leitura foi positiva. Leia nosso relatório completo aqui.

O índice de confiança do consumidor no Brasil avançou pelo quarto mês consecutivo em agosto, subindo 2,0 pontos para 96,8 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014 (97,0). De acordo com o relatório, o resultado favorável reflete a recuperação do quadro macroeconômico, a resiliência do mercado de trabalho e o início de programas voltados para a quitação de dívidas. Assim, a continuidade desse cenário poderia levar a confiança do consumidor de volta à neutralidade dos 100 pontos nos próximos meses, marca não vista desde o fim de 2013. 

As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em U$3,6 bilhões em julho, ante déficit de U$5,3 bilhões em julho de 2022. O resultado veio um pouco melhor do que a expectativa do mercado, um déficit de U$3,9 bilhões. O Investimento Direto Estrangeiro foi de U$4,24 bilhões, abaixo do consenso de U$6,0 bilhões. 

POLÍTICA NO BRASIL

A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até quinta-feira (31) para enviar a LOA (Lei Orçamentária Anual) – o orçamento propriamente dito – ao Congresso Nacional. A LOA estima todas as receitas e despesas do governo para o ano seguinte (Poder 360).

De volta a Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve avançar, nesta semana, nas negociações sobre as próximas mudanças ministeriais. Os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) são cotados para integrar a Esplanada dos Ministérios, aproximando os dois partidos do Centrão à base parlamentar do governo. A expectativa é de que a acomodação facilite a aprovação de projetos do governo no Congresso. Juntos, o PP e o Republicanos detêm 90 cadeiras na Câmara. (CNN)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sanciona nesta segunda-feira (28) o texto aprovado pelo Congresso Nacional da medida provisória (MP 1.172/2023) que reajustou o salário mínimo para R$ 1.320,00. O texto também incluiu a atualização da tabela do Imposto de Renda, que passou a ter isenção para quem ganha até R$ 2.640,00. Com a sanção, o salário mínimo terá que ser reajustado anualmente com valorização real, ou seja, acima da inflação. (Poder 360)

PAINEL DE COTAÇÕES

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