Varejo – O impacto tributário das importações no varejo brasileiro.

O setor de varejo sofreu um duro golpe na semana passada. O Ministério da Fazenda publicou uma portaria isentando do imposto de importação qualquer compra internacional de até US$ 50.

Na nossa visão, os maiores impactados são as companhias que possuem um ticket médio mais baixo, uma vez que irão concorrer com produtos parecidos e com preços menores.

Os nossos nomes preferidos no varejo (Arezzo e Vivara) também devem sofrer, mas em uma proporção bem menor do que nomes como Lojas Renner, Multilaser, Via, Magazine Luiza, C&A, Guararapes, Mercado Livre e etc.

Segundo alguns membros da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, essa medida gera uma quebra de isonomia tributária, que pode afetar o aspecto concorrencial de todo o setor.

O gigante do e-commerce mundial (Mercado Livre) também foi um dos nomes a criticar essa isenção. Na visão da companhia, enquanto mercados como Índia, Estados Unidos e Europa estão criando barreiras para as vendas das empresas chinesas, o Brasil está indo na direção contrária.

Essa isenção faz com que as companhias chinesas consigam cobrar preços muito abaixo no mercado nacional, e como consequência, prejudiquem varejistas e fabricantes locais, que podem acabar tendo que fechar suas portas.

Além de prejudicar os pequenos varejistas e fabricantes locais, os grandes também acabam sentindo. Como alternativa, podemos ver essas empresas levando suas produções para outros países – com custo menor – e passando a importar desses locais sem necessitar do pagamento dos impostos.

Ou seja, além de um impacto para as companhias, teremos um impacto de menor arrecadação tributária para o Governo, ao mesmo tempo que as mudanças de local de produção podem acarretar em aumento nos níveis de desemprego.