Relatório de Inflação – Junho 2023

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Relatório de Inflação – Junho 2023

O IPCA de junho teve queda de 0,08%, abaixo das expectativas da Órama (-0,04%) e mais forte do que do mercado (-0,10%), que oscilavam entre -0,19% e -0,01%. Em 12 meses, o índice acumulou 3,16%, menor resultado desde setembro/2020. Nessa comparação, as estimativas variavam entre 3,05% a 3,23%, com mediana de 3,14%. 

A deflação já era esperada pelo mercado, com quedas mais fortes nos grupos de Transportes (-0,41% e 0,08 p.p.), após dois cortes no preço da gasolina em junho, e Alimentação (-0,66% e -0,14 p.p.). A leitura não trouxe grandes surpresas em relação às projeções. 

A média dos cinco núcleos desacelerou, de 0,39% em maio, para 0,17% em junho. Os preços monitorados (de 0,71% para 0,06%) arrefeceram em relação ao último mês, enquanto os livres (0,07% para -0,13%), bens industriais (de 0,30% para -0,60%) e Alimentação (de 0,0% para -1,07%) recuaram. Por outro lado, os Serviços (de -0,06% para 0,62%) aceleraram, comportamento que, se persistir, pode atrasar o ritmo de corte da Selic pelo BC.  

Dentre os grupos, quatro dos nove apresentaram deflação. A maior contribuição para a queda dos preços veio de Alimentação e bebidas (-0,66% e -0,14 p.p.), seguido por Transportes (-0,41% e -0,08 p.p.), Artigos de residência (-0,42% e -0,02 p.p.) e Comunicação (-0,14% e -0,01 p.p.). Na outra ponta, Habitação (0,69% e 0,11 p.p.), Despesas pessoais (0,36% e 0,04 p.p.), Vestuário (0,35% e 0,02 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,11% e 0,01 p.p.) e Educação (0,06% e 0,0 p.p.) apresentaram alta.  

O índice de difusão caiu de 56% para 49,6%, menor nível desde maio/2020. A difusão de alimentos passou de 53% para 46,4% enquanto a de não-alimentos foi de 58,4% para 52,2%. 

A leitura veio dentro do esperado, com uma deflação movida pela diminuição do preço dos combustíveis. O recuo da média dos núcleos junto com a desaceleração do índice de difusão apontam um cenário positivo e mais consistente da desinflação. A alta nos serviços é um ponto de atenção, contudo, não suficiente para consolidar uma trajetória. Em relação à próxima reunião do Copom, nossa perspectiva é que, com a desaceleração observada, além da melhor perspectiva fiscal e os indicativos na última ata, o Copom deve cortar os juros na reunião de agosto em 25 bps. Para o fim do ano, esperamos uma Selic de 12,25%.

Projeção para 2023

Para 2023, alteramos marginalmente nossa projeção para 4,8%, de 4,9% anteriormente, após a leitura de junho. Para julho, esperamos inflação de 0,08%. Vale destacar que, de acordo com nossas estimativas, atingimos um vale do acumulado de 12 meses e devemos ver um aumento nos próximos meses, devido, principalmente, às medidas de isenção de impostos do segundo semestre de 2022.  

Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe.
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia.

Para conferir nossas projeções para outros indicadores, acesse aqui.

Relatório de inflação – Junho 2023.

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