Copom manteve Selic em 13,75% sem sinalizar explicitamente corte em agosto

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NESTA MANHÃ
  • Hoje, decisões de política monetária serão anunciadas pelos bancos centrais do México (Banxico) e da Turquia. Na Inglaterra, o BoE já elevou a taxa básica em 50 bps para 5% nesta manhã.  O presidente do Fed testemunha no Senado dos Estados Unidos e o mercado acompanha esse depoimento. No Brasil, os dados de arrecadação de abril e maio do governo federal serão monitorados em meio a repercussões da decisão do Copom, que manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano ontem à noite, como era esperado, mas não sinalizou probabilidade de corte em agosto. Fica no radar também um encontro do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com governadores para debater a reforma tributária.
  • As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, em dia de feriado na China, Hong Kong e Taiwan.  O Nikkei caiu 0,92% em Tóquio em meio às falas de Powell sobre a retomada de mais altas de juros nos EUA..
  • Na Europa, as bolsas operam em baixa, com o apetite por risco ainda comprometido por falas do presidente do Fed, e após mais uma elevação de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE). Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,83%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street apontam para mais um pregão negativo
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,7558%.
  • Os contratos futuros do Brent caem 1,22%, a US$ 76,18 o barril.
  • O ouro recua 0,22%, a US$1.928,34 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 30,33 mil.
AGENDA DO DIA
  • Feriado – China, Hong Kong e Taiwan
  • 08:00  Reino Unido: Decisão da Taxa de Juros (Jun)
  • 09:00  Reino Unido: Carta Aberta do BoE – Inflação
  • 09:30  Brasil: Presidente da Câmara, Arthur Lira, recebe governadores para debater reforma tributária
  • 09:30  EUA: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
  • 10:00  Brasil: Arrecadação federal – Abr e Mai 
  • 11:00   EUA: Vendas de Casas Usadas (Mai)
  • 11:00   EUA: Depoimento de Powell, Presidente do Fed, no Senado

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa renovou mais uma vez a máxima do ano ontem (21), encerrando o dia aos 120.420,26 pontos (+0,67%). A expectativa por uma sinalização de corte de juros em breve na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e os ganhos acima de 4% das ações da Petrobras sustentaram o desempenho. PETR4 avançou 4,19% e PETR3 + 3,99%, após bancos como Goldman Sachs e Santander terem elevado a recomendação da estatal para compra. A isso somaram-se aumentos acima de 1% dos preços do petróleo e relatos de fluxo estrangeiro para as ações da empresa.

O compasso de espera pela decisão do Copom na noite de ontem resultou também em movimentos laterais nos juros futuros de curto e médio prazos, mas a ponta longa se firmou em queda à tarde. O dólar à vista encerrou a sessão em queda de 0,59%, cotado a R$ 4,7678, em meio às perdas da moeda americana no exterior.

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar retomada do aperto monetário adiante. O apoio do presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic, a pausa permanente na escalada de juros chegou a moderar as perdas, mas a pressão sobretudo em papéis de tecnologia prevaleceu no fim. No ajuste de fechamento, o Dow Jones caiu 0,30%, o S&P 500 perdeu 0,52% e o Nasdaq cedeu 1,21%,

Com essa indefinição sobre o futuro da política monetária, os juros dos Treasuries perderam força e chegaram a flertar com o território negativo.

o dólar ampliou perdas ante rivais, o que apoiou a alta de commodities, com destaque para o petróleo que subiu mais de 1%. O índice DXY – termômetro do comportamento da moeda americana em relação a seis divisas fortes – renovou mínimas, com ganhos expressivos frente ao euro, na esteira de falas mais duras de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE).

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL 

Sem surpresas, Copom decidiu manter a Selic nos atuais 13,75%, em sua 255ª reunião. A grande expectativa residia sobre o comunicado pós-encontro, pois havia, a possibilidade de o Comitê sinalizar quais seriam seus próximos passos. De concreto, contudo, a linguagem mais suave não se efetivou explicitamente, a não ser pela retirada do temido alerta “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste”. Nossa leitura é que uma redução de 25 pontos, para 13,50% a.a., deverá ocorrer muito possivelmente no encontro de agosto, ou, no mais tardar, de 50 pontos em setembro, para 13,25%, reforçando a análise que divulgamos em 03 de maio, após a reunião anterior, estimando que a taxa encerre o ano em 12,25%. Confira o comentário completo da Órama aqui.

POLÍTICA NO BRASIL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem (22) que a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano pela 7ª vez seguida é “irracional”. Acusou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de jogar “contra os interesses da economia brasileira”. O chefe do Executivo cobrou que o Senado avalie se o chefe da instituição está cumprindo com a lei. (Poder360)

A equipe econômica também reagiu mal à decisão do Copom e interpretou o comunicado como um “boicote” ao governo Lula. Um dos pontos que causou indignação de membros do executivo é o trecho do comunicado que cita “alguma incerteza residual sobre o desenho final do arcabouço fiscal”, apesar de a proposta ter sido aprovada nesta quarta-feira (21) pelo Senado Federal com poucas mudanças. Embora a decisão do BC tenha sido divulgada antes da votação, o texto do parecer já era conhecido desde terça-feira (20). (Folha)

O plenário do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (21) por 57 votos a 17 o projeto do novo arcabouço fiscal. O texto terá que voltar para a Câmara para que os deputados analisem as emendas feitas pelos senadores, antes de ser enviado à sanção. Em função das festas de São João e da viagem do presidente Arthur Lira (PP-AL) para Portugal, a votação da nova regra pelos deputados só ocorrerá daqui a pelo menos duas semanas. A principal mudança em plenário foi sugerida em emenda do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, para evitar corte de R$ 32 bilhões no projeto de lei orçamentária anual (Ploa) de 2024. Esses R$ 32 bilhões são a diferença entre o projeto original do governo, que considerava a inflação até dezembro para corrigir o piso de despesas, e a proposta aprovada pela Câmara, que faz o cálculo com base na inflação dos 12 meses até junho. (Valor)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia às 9h desta quinta-feira (22) o julgamento de uma ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que pede a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto. No processo, o PDT acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por conta de uma reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, na qual ele fez ataques ao sistema eleitoral.  (CNN)

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

Ontem, em depoimento a comitê da Câmara dos Representantes do EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que “quase todos os dirigentes” do BC americano acreditam que “será apropriado elevar as taxas de juros um pouco mais até o fim do ano“, uma vez que inflação segue bem acima da meta de 2%. À tarde, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, defendeu uma pausa no aperto monetário, alertando que altas adicionais dos juros podem comprometer o desempenho da economia. 

Monitoramento do CME Group mostra que as chances de alta dos FedFunds em 25 pontos-base em julho chegaram a atingir 80% hoje. A aposta majoritária é a de que a taxa básica esteja na faixa entre 5,25% e 5,50% no fim do ano, acima, portanto, do intervalo atual (entre 5,00% e 5,25%).

PAINEL DE COTAÇÕES

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