Relatório de Inflação – Maio 2023

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Relatório de Inflação – Maio 2023

O IPCA de maio apresentou alta de 0,23%, abaixo das expectativas da Órama (0,36%) e do mercado (0,33%), que oscilavam entre 0,24% e 0,45%. No acumulado de 12 meses, o índice apresenta alta de 3,94%, menor resultado acumulado desde setembro/2020. Nessa comparação, a expectativa variava entre 3,95% e 4,13%, com mediana de 4,03%.   

As maiores surpresas vieram no grupo de Alimentação (0,16% e 0,03 p.p.), principalmente no subgrupo de alimentação no domicílio (0,00% e 0,0 p.p.). Além disso, as passagens aéreas (-17,73% e -0,11 p.p.) também contribuíram para uma inflação menor no mês.   

A média dos cinco núcleos desacelerou, de 0,56% em abril, para 0,39% em maio. Os preços monitorados (de 0,86% para 0,71%) e livres (de 0,53% para 0,07%) também arrefeceram, assim como os bens industriais (de 0,40% para 0,30%) e Alimentação (de 0,73% para 0,00%). Já os Serviços (de 0,52% para -0,06%) apresentaram queda nos preços.  

Sete dos nove grupos aceleraram em maio. A maior contribuição veio de Saúde e cuidados pessoais (0,93% e 0,12 p.p.), seguido por Habitação (0,67% e 0,10 p.p.), Despesas pessoais (0,64% e 0,06 p.p.), Alimentação e bebidas (0,16% e 0,03 p.p.), Vestuário (0,47% e 0,02 p.p.), Comunicação (0,21% e 0,01 p.p.) e, por fim, Educação (0,05% e 0,0 p.p.). Na outra ponta, tivemos deflação em Transportes (-0,57% e -0,12 p.p.), após corte no preço da gasolina pela Petrobras, e Artigos de residência (-0,23% e -0,01 p.p.).  

O índice de difusão caiu de 66,0% para 56,0%. Já a difusão dos alimentos passou de 64,3% para 53,0%, enquanto a difusão de não alimentos foi de 58,4%, de 67,5% no mês anterior. 

A leitura foi positiva! Além da queda na gasolina, que pesa no índice e já era esperada, vimos um bom resultado nos grandes grupos, o que é encorajador. A combinação de um índice de difusão mais baixo, junto com a desaceleração dos núcleos de inflação e com um arrefecimento nos serviços contribuem para um cenário mais consistente de desinflação. 

Nossa perspectiva é que, com a desaceleração observada, além da melhor perspectiva fiscal, após a aprovação do arcabouço no Congresso, o Copom possa cortar os juros na reunião de agosto. Para o fim do ano, esperamos uma Selic de 12,25%. 

Projeção para 2023

Para 2023, alteramos nossa projeção para 5,4%, de 6,0% anteriormente. Além do resultado abaixo do esperado, com alimentos apresentando um bom comportamento, a medida de estímulo nos automóveis deverá compensar a alta no preço dos combustíveis. Desse modo, para junho, antecipamos uma inflação de 0,18%. 

Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe.
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia.

Para conferir nossas projeções para outros indicadores, acesse aqui.

Relatório de inflação – Maio 2023.

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