Comunicado Copom – Maio 2023

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Comunicado Copom – 254ª reunião

DECISÃO DO COPOM

Na terceira reunião de 2023 do Copom do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% a.a., conforme amplamente esperado pelo mercado.

COMENTÁRIOS

A permanência da taxa no atual patamar, vigente desde agosto do ano passado, era consenso no mercado. Cabe enfatizar que o forte e surpreendente resultado do IBC-Br de fevereiro, anunciado semana passada, anulou quaisquer chances de queda na reunião de hoje, mesmo porque, a despeito do IPCA vir caindo nos últimos meses, a inflação subjacente permanece alta.

A grande expectativa, portanto, estava relacionada ao comunicado pós-encontro e se o Comitê iria dar alguma indicação, sutil que fosse, sobre os próximos passos, mais especificamente se haveria alguma possibilidade de inflexionar, no curtíssimo prazo, a política austera em curso desde 2021.

Já faz tempo que a diretoria do BC, em especial seu presidente, Roberto Campos Neto, ressalta que uma postura “frouxa” na condução da política fiscal tende a impactar para pior o juro neutro, a inflação futura e o balanço de riscos em geral. Além do mais, os constantes questionamentos de autoridades sobre o patamar da Selic, como fez o Presidente em 1º de maio, vêm gerando ruídos, com efeitos negativos sobre a eficácia da política monetária, especialmente sobre as expectativas.

Destarte, sem fugir do script habitual, o Copom salientou no comunicado os elementos perturbadores existentes, domésticos e externos, apesar de reconhecer que a apresentação do novo arcabouço fiscal possui méritos em reduzir parte das incertezas. De concreto, contudo, não percebemos no documento “pistas” reais de que a queda da taxa esteja próxima.Por fim, diante do texto ainda duro, a ideia de que o início do afrouxamento da atual política possa ocorrer já na próxima reunião de junho perde força. De toda sorte, temos uma visão um pouco mais construtiva em relação aos próximos passos do Copom, inclusive por acreditarmos factível uma alteração na meta de inflação pelo CMN para 2024, de 3% para 4%. Se esse for o caso, será viável que o ciclo de baixa se inicie no encontro de agosto, porém em doses homeopáticas, de 25 pontos, acelerando depois para 50 pontos, para encerrarmos o ano em 12%. Ressaltamos, contudo, que tal ação dependerá (conjuntamente!) da evolução da nova regra fiscal, em negociações no Congresso, bem como do nível de atividade à frente, que, se se mantiver morna, favorece um cenário de menor pressão sobre a demanda, notadamente no setor de serviços.

Comunicado Copom – 254ª reunião


Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia

Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 03/05/2023.
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