Mercados reagem a sinais mistos do CPI dos EUA e ata do Fed

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NESTA MANHÃ
  • Hoje, as atenções do mercado devem seguir nos EUA, com a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), Pedidos de Auxílio-Desemprego e o Relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
  • As bolsas na Ásia fecharam sem direção única, após o Fed fazer um alerta de recessão que pesou em Wall Street e a divulgação de novos dados da balança comercial chinesa. O índice Hang Seng subiu 0,17%, enquanto Nikkei registrou alta de 0,26% e o Xangai Composto recuou 0,27%.
  • O superávit comercial chinês ficou em US$ 88,19 bilhões no mês passado. Economistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam superávit de US$ 41 bilhões. As exportações cresceram 14,8% em março, na comparação anual, ante queda de 6,8% no primeiro bimestre do ano. A expectativa dos analistas era de recuo de 7%. Já as importações caíram 1,4% em março, na mesma base de comparação, após o recuo de 10,2% em janeiro-fevereiro. A previsão era de queda de 5%.
  • Na Europa, os mercados acionários operam sem direção única, enquanto investidores digerem dados de inflação da Alemanha e de produção industrial da zona do euro e do Reino Unido. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,18%.
  • A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha desacelerou para 7,4% em março, ante 8,7% em fevereiro, atingindo o menor nível em sete meses.
  • A produção industrial da zona do euro subiu 1,5% em fevereiro ante janeiro. O resultado superou a expectativa de analistas que previam avanço de 0,6%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura negativa.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,42%.
  • Os contratos futuros do Brent recuam 0,16%, a US$ 87,19 o barril.
  • O ouro avança 0,61%, a US$ 2.026,70 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 30,3 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:00 EUA: Relatório Mensal da OPEP
  • 09:30 EUA: Índice de Preços ao Produtor (IPP)(Mar)
  • 09:30 EUA: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
  • 10:30 Reino Unido: Discurso de Membro do CPM BoE

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa completou três sessões consecutivas de altas, estendendo o movimento de descompressão observado após a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo e a surpresa positiva com o IPCA de março. O referencial chegou a testar os 108 mil pontos durante o pregão, mas reduziu os ganhos no fim do dia após a divulgação da ata do Fed. No fechamento, o referencial subiu 0,64%, aos 106.889 pontos.

Os Juros futuros encerram a sessão com taxas perto do ajuste anterior. O dado de inflação dos EUA chegou a impor um viés de baixa às taxas locais, mas que se dissipou ao longo do dia em meio a inconsistência do sinal dos Treasuries. Além disso, declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em reuniões com investidores durante o evento do FMI, reduziram otimismo do mercado quanto ao início do ciclo de corte de juros.

O dólar emendou o segundo pregão de queda firme, e rompeu a barreira de R$ 5,00 no fechamento pela primeira vez desde início de junho de 2022, em dia marcado por perdas da moeda americana no exterior. Operadores voltaram a relatar fluxo de recursos estrangeiros para ações e renda fixa local. A moeda encerrou a sessão em baixa de 1,30%, cotada a R$ 4,9420.

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em queda, após a ata do Fed apontar para a possibilidade de leve recessão ao mesmo tempo que os núcleos do CPI persistentes corroboram para a expectativa por mais aperto monetário. No fechamento, o Dow Jones caiu 0,11%, enquanto o S&P 500 perdeu 0,41% e o Nasdaq cedeu 0,85%.

Os juros dos Treasuries operaram na sua maioria em queda, seguindo a divulgação do CPI de março. O indicador apresentou uma desaceleração na inflação americana, mas sinais mistos deram algum impulso às perspectivas de maior alta de juros por parte do Fed. A sessão contou ainda com a divulgação da ata da reunião de março do Fed, ocasião na qual a crise bancária que o país sofreu ganhou grande atenção.

O dólar caiu em geral, o CPI abaixo do esperado chegou a aumentar o apetite por risco ao indicar uma desaceleração maior que o esperado pelo mercado, mas analistas seguiram destacando a persistência do núcleo da inflação. Além disso, investidores monitoraram a ata do Fed e também declarações de dirigentes do BC dos EUA e de outras autoridades monetárias. O índice DXY registrou baixa de 0,69%.

Entre dirigentes, Mary Daly, presidente da distrital de São Francisco do Fed, comentou que leituras altas da inflação sugerem que “ainda há trabalho a fazer” no aperto monetário. Para Thomas Barkin (Richmond), houve progressos, mas continua a existir um “longo caminho” até a inflação retornar à meta de 2%. Já o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, disse não acreditar que ocorre uma crise sistêmica no setor bancário.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos subiu 0,1% em março ante fevereiro, de acordo com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. O resultado ficou abaixo da mediana de analistas consultados, de alta de 0,2%. Apesar disso, o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,4% na comparação mensal de março, vindo em linha com o consenso do mercado.

A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve destaca que os Estados Unidos poderão passar por uma “recessão leve”, que poderá iniciar no fim deste ano. A recuperação poderia se estender pelos próximos dois anos. Mesmo com isso, os dirigentes avaliaram que a inflação manteve-se elevada de maneira “inaceitável” nos Estados Unidos. Segundo o documento, os dados recentes da inflação indicaram um progresso mais lento do que o esperado na desinflação. Além disso, participantes da reunião observaram que era muito cedo para avaliar com confiança a magnitude do efeito de um aperto de crédito sobre a atividade econômica e a inflação, e que era importante continuar monitorando de perto os desenvolvimentos e atualizar as avaliações dos efeitos reais e esperados do aperto de crédito. No geral, permaneceu a percepção que o Fomc vai continuar com o aperto monetário na próxima reunião, como apontam  as taxas implícitas dos futuros de 30 dias dos Fed Funds do CME FedWatch Tool

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

As vendas no varejo restrito subiram 3,8% em janeiro na comparação mensal, de acordo com o IBGE. O resultado ficou próximo ao teto das expectativas, que oscilavam entre -0,1% a +3,9%, com mediana de 3,4%. Na comparação anual, o índice apresentou crescimento de 2,6%. Nessa comparação, o mercado esperava uma alta de 1,5%, com intervalo entre -1,7% e 3,3%. Já em 12 meses, o índice acumula 1,3%. Para ler o relatório completo da Órama sobre as Vendas no varejo, clique aqui.

POLÍTICA NO BRASIL

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fechou acordo nesta quarta-feira (12/04) para formar um “superbloco” com 9 partidos e 173 deputados. O novo grupo é formado por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e a federação Cidadania-PSDB. O bloco será o maior da Casa. A aliança foi uma reação depois de o Centrão perder força com a adesão do Republicanos no fim de março ao bloco com MDB, PSD, Podemos e PSC, até então o maior conjunto de partidos com 142 deputados. O PL tem 99 deputados e a federação formada por PT, PC do B e PV tem 81. Com esse novo superbloco, as bancadas do PT e PL devem perder espaço na distribuição de comissões e relatorias. (Poder 360)

O presidente Lula (PT) defendeu nesta quinta-feira (13/04) o NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), atrelado aos Brics, como instrumento de independência para os países em desenvolvimento em relação a nações mais ricas e organizações financeiras tradicionais. Citou como exemplo a atuação do FMI (Fundo Monetário Internacional) e disse que os bancos “não podem continuar asfixiando as economias dos países”. (Poder 360)

PAINEL DE COTAÇÕES

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