Petróleo perde folego e atenção se volta para falas de Haddad
NESTA MANHÃ
- Hoje, sem indicadores domésticos relevantes, o mercado brasileiro deve prestar atenção na participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário Extraordinário para a Reforma Tributária, Bernard Appy, no evento do Bradesco BBI.
- As bolsas na Ásia fecharam sem direção única, enquanto investidores seguiram avaliando os efeitos do corte na oferta de petróleo de grandes produtores. O índice Hang Seng caiu 0,66%, enquanto Xangai Composto avançou 0,49% e o Nikkei registrou alta de 0,35%.
- Na Europa, os mercados acionários operam em alta, com investidores aparentemente ignorando os efeitos inflacionários de um inesperado corte na oferta de petróleo de grandes produtores. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,52%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura mista, à espera do relatório Jolts sobre empregos e discursos de três dirigentes do Fed.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,45%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,78%, a US$ 85,61 o barril.
- O ouro recua 0,13%, a US$ 1.981,90 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 28,4 mil.
AGENDA DO DIA
- 11:00 EUA: Ofertas de Emprego JOLTs (Fev)
- 11:30 Reino Unido: Discurso Membro do CPM do BoE
- 14:30 EUA: Discurso Membro do FOMC
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa caiu 0,37%, aos 101.506,18 pontos. O setor de Óleo e Gás liderou as maiores altas da sessão, em meio ao avanço dos preços do petróleo. Tanto as ações da Petrobras quanto as da PetroRio subiram mais de 4%. Assim, fora do setor de petróleo, o dia foi majoritariamente negativo para outros carros-chefes da Bolsa, como as ações de grandes bancos, que cederam até 2,79% (Itaú PN) no fechamento.
Os juros fecharam de lado, em sessão de liquidez mais enxuta. Após a escalada do petróleo trazer desconforto pela manhã, à tarde houve alívio nos prêmios de risco tanto pela virada dos retornos dos Treasuries para baixo quanto pela leitura entre neutra e positiva da entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews. Além de tratar do arcabouço fiscal, o ministro abordou a questão dos debates sobre as metas, das trocas na diretoria do Banco Central e da condução da política monetária.
O dólar encerrou a primeira sessão de abril em ligeira alta (+0,04%), cotado a R$ 5,0710, após ter recuado 2,99% em março. Foi o primeiro avanço da moeda depois de uma sequência de seis pregões consecutivos de baixa. Segundo operadores, o dia foi marcado por cautela e ajuste de posições, com investidores refreando novas apostas enquanto ponderam os impactos da proposta de novo arcabouço fiscal e digerem indicadores externos.
EXTERIOR
Os mercados acionários de Nova York fecharam sem direção única, após a notícia do corte na produção de petróleo da Opep+ aumentar preocupações sobre a pressão da energia sobre a inflação. Entretanto, a notícia ajudou ações de petroleiras americanas, que subiram até 8%. Também orientando negociações, estão os resultados abaixo do esperado do índice de gerentes de compras (PMI) dos EUA.
O índice Dow Jones subiu 0,98%, enquanto o S&P 500 avançou 0,37% e o Nasdaq fechou em baixa de 0,27%.
Os retornos dos Treasuries terminaram o dia em baixa. No início do dia, pesou mais a avaliação de que a menor oferta de petróleo tende a levar o preço da commodity para cima, impulsionando também a inflação, o que resultaria em política monetária mais apertada. Porém, mais adiante, a fraqueza da atividade esteve mais em foco., fazendo com que os juros Treasuries invertessem o sinal e caíssem.
O dólar recuou ante rivais, após dados do índice de gerentes de compras (PMI) indicarem a possibilidade de uma recessão na economia americana, o que poderia afetar o aperto monetário do Federal Reserve. Contudo, a moeda americana ganhou fôlego e avançou contra divisas emergentes. Já o índice DXY recuou 0,05%.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria dos EUA, elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM), caiu a 46,3 em março, ante previsão de 47,3 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O PMI industrial do país da S&P Global subiu a 49,2 em março, mas ficou abaixo da previsão de 49,3 e também distante da marca de 50, que separa contração da expansão na pesquisa.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
A projeção do mercado para a inflação pelo IPCA em 2023 aumentou no Boletim Focus, de 5,93% para 5,96%. Um mês antes, a mediana era de 5,90%. Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do Banco Central, a projeção permaneceu em 4,13% na última semana, contra 4,02% de quatro semanas atrás.
A expectativa do mercado para a taxa básica de juros ficou estável em 12,75% para o fim de deste ano no Boletim Focus. Para 2026, o recuo chega a 8,75%.
POLÍTICA NO BRASIL
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o primeiro pacote de medidas que o governo pretende adotar para dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal vai prever alterações na cobrança de Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) para corrigir distorções que acabam reduzindo a arrecadação da União, combate ao contrabando em comércio eletrônico e tributação das apostas eletrônicas. Em entrevista à Globonews, disse que essas medidas devem gerar uma ampliação da receita entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões. Somente com as apostas eletrônicas, o governo espera conseguir uma arrecadação adicional de algo em torno R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões. (Valor)
O governo federal aceitou atrasar a instalação da comissão mista que analisará a MP 1.154 de 2023 da nova organização da Esplanada dos Ministérios a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O Palácio do Planalto espera, em troca, contar com o esforço do deputado para instalar, de uma vez só, as comissões de 4 MPs do presidente Lula depois da Páscoa, em 11 de abril. São elas: Estruturação administrativa (1.154 de 2023); Minha Casa, Minha Vida (1.162 de 2023); voto de qualidade do Carf (1.160 de 2023); Bolsa Família (1.164 de 2023). (Poder 360)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que alinhou informações com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Eles tiveram uma reunião na tarde desta segunda-feira (03/04) no Ministério da Fazenda. Haddad afirmou que foi um encontro de rotina para tratar de “vários temas”, alinhar informações e estabelecer protocolos de como trocar informações. (Poder 360)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira (03/04) que a equipe econômica estuda a criação de uma ação nos moldes do Plano Safra para a indústria. A medida atualmente concede linhas de crédito para produtores rurais com juros mais baixos. “Na 6ª feira, eu estive com o presidente da Fiesp, [Josué Gomes], que veio levar a mim a consideração. ‘Por que não um Plano Safra para a indústria?’ É a 1ª vez que eu recebo essa demanda. Eu falei que nós vamos estudar”. (Poder 360)
POLÍTICA INTERNACIONAL
Donald Trump deverá se apresentar nesta terça-feira (04) às 15:15, horário de Brasília, a um tribunal em Nova York. Ele está sendo investigado sobre um suposto esquema de pagamento de suborno e encobrimento envolvendo a estrela de cinema adulto Stormy Daniels durante a campanha eleitoral à Presidência de 2016. Trump, que prometeu manter sua candidatura para a Casa Branca em 2024, é o primeiro atual ou ex-presidente na história dos EUA a enfrentar acusações criminais formais. (CNN)
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