Mercado reage positivamente à apresentação do Novo Arcabouço Fiscal

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NESTA MANHÃ
  • Hoje, o mercado brasileiro ainda deve reagir à apresentação do Novo Arcabouço Fiscal, que aconteceu ontem. Lá fora, o PCE vai ser monitorado, buscando entender os próximos passos do Fed na política monetária.
  • As bolsas na Ásia fecharam em alta, após Wall Street acumular ganhos pelo segundo pregão seguido e dados de atividade (PMI) indicarem que a China segue em recuperação. O índice Hang Seng subiu 0,45%, enquanto Xangai Composto avançou 0,36% e o Nikkei registrou baixa de 0,93%.
  • O PMI industrial da China caiu para 51,9 em março, acima das expectativas (51,3), com a manufatura se expandindo pelo terceiro mês seguido, enquanto o de serviços avançou para 56,9 neste mês.
  • Na Europa, as bolsas operam em alta modesta, enquanto investidores avaliam dados sobre preços ao consumidor da zona do euro e aguardam números de inflação dos EUA. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,33%.
  • A Eurostat divulgou que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona euro desacelerou para 6,9% em março, de 8,5% em fevereiro, vindo abaixo das expectativas (7,1%) e atingindo o menor nível em 13 meses. O núcleo do CPI, no entanto, teve nova alta anual recorde de 5,7% neste mês, depois do avanço de 5,6% de fevereiro.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura positiva.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,57%.
  • Os contratos futuros do Brent caem 0,09%, a US$ 79,20 o barril.
  • O ouro recua 0,01%, a US$ 1.978,44 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 27,7 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:15 Brasil: Taxa de Desemprego (Fev)
  • 08:30 Brasil: Dívida Bruta/PIB (Fev)
  • 09:30 EUA: Índice de Preços PCE (Fev) 
  • 11:00 EUA: Confiança do Consumidor Michigan (Mar)

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

Com a apresentação do novo arcabouço fiscal o dia foi de descompressão para os ativos brasileiros conforme se esperava, com reação favorável na Bolsa como também no câmbio e nos juros futuros. O Ibovespa fechou aos 103.713,45 pontos, em alta de 1,89%, maior ganho em percentual desde o último dia 8 (+2,22%), que o levou ao melhor nível de encerramento desde 9 de março (105.071,19).

Os juros futuros fecharam em baixa, refletindo essencialmente a reação à divulgação do novo arcabouço fiscal após semanas de espera. Após duas sessões de alta nas taxas, marcadas pela repercussão da ata do Copom e dos ruídos em torno do arcabouço, havia espaço para um ajuste nos prêmios de risco, pavimentado pelo anúncio da nova regra. A reação inicial ao texto foi de volatilidade nos ativos, que posteriormente deu lugar à queda das taxas durante a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad

A apresentação da proposta e um ambiente externo favorável a divisas emergentes levou o dólar a emendar o quinto pregão consecutivo de baixa, período em que acumulou desvalorização de 3,63%. A moeda encerrou o pregão em baixa de 0,72%, cotada a 5,0980.

NOVO ARCABOUÇO FISCAL

Na manhã desta quinta-feira, 30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de entrevista coletiva para anunciar os parâmetros sugeridos pela equipe econômica para a nova regra fiscal, que substituirá o Teto dos Gastos. Dentre os pontos propostos, alguns valem a pena serem destacados: 

  • O crescimento das despesas está associado ao crescimento das receitas, com limite em 70% dos últimos 12 meses. 
  • A nova regra “autoriza” que as despesas evoluam acima da inflação. Todavia, e esse ponto é relevante, prevê que os gastos ocorrerão em ritmo menor do que as receitas
  • Eventuais números acima do intervalo (teto) projetado para o resultado primário franquearão que o excedente seja usado para investimentos;
  • Em momentos de forte expansão do PIB, com as receitas sendo muito beneficiadas, haverá instrumentos que impedirão o aumento exagerado dos gastos.

Avaliamos que se trata de uma proposta com pontos interessantes, porém não é de tão simples entendimento para a sociedade em geral. De qualquer forma, é uma boa iniciativa, parece numa primeira avaliação factível e que, junto com a Reforma Tributária em estudo, pode ajudar a destravar o crescimento do país e dar maior previsibilidade a médio prazo. Vamos prosseguir acompanhando para entendimento mais detalhado.

Para ler a análise da Órama sobre o Novo Arcabouço Fiscal, clique aqui.

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em alta, estendendo ganhos anteriores em sessão ainda marcada pelo apetite ao risco e alívio sobre preocupações com o setor bancário. No radar, dados econômicos dos Estados Unidos e falas de dirigentes do Federal Reserve. O índice Dow Jones fechou com ganho de 0,43%, enquanto o S&P 500 subiu 0,57%, e o Nasdaq teve alta de 0,73%. 

Os retornos dos Treasuries não tiveram sinal único, em dia marcado pela volta de uma rodada de discursos de dirigentes do Fed de que mais altas nas taxas de juros devem ser necessárias. 

O dólar caiu frente a outras moedas fortes, com o euro apoiado após o BCE voltar a sinalizar que pode haver mais aperto monetário. Dirigentes do Fed também não descartaram novas altas, enquanto algumas divisas emergentes reagiram a decisões de bancos centrais locais. O índice DXY registrou baixa de 0,48%.

Presidente do Fed distrital de Boston, Susan Collins, descartou a possibilidade de cortes nos juros antes do final de 2023 e indicou pelo menos mais uma elevação das taxas. Esta visão foi reforçada pelo presidente da distrital de Richmond, Tom Barkin, que apontou necessidade de juros mais altos caso a inflação persista. Já o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, observou que os estresses bancários podem levar mais tempo até serem totalmente controlados.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 2,6% no quarto trimestre de 2022, de acordo com dados finais publicados pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou abaixo da estimativa anterior e da projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de alta de 2,7% em ambos os casos. Em todo o ano de 2022, o PIB real dos EUA avançou 2,1% ante 2021, confirmando estimativas anteriores.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

A produção industrial de janeiro caiu 0,3% ante dezembro, próximo as projeções do mercado, com mediana de -0,1%, que iam de queda de 2% a avanço de 1,2%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a indústria teve alta de 0,3%, abaixo da expectativa, que tinha mediana positiva de 1,4%. Nessa comparação as estimativas oscilavam entre -1,1% e 2,7%. No acumulado de 12 meses, o índice recuou 0,2%. Já o índice de difusão ficou em 47,1% em janeiro.

Para ler o relatório completo da Órama sobre a Produção Industrial, clique aqui.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,05% em março, após deflação de 0,06% em fevereiro, de acordo com a FGV. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas, de 0,10%, na pesquisa Projeções Broadcast. O teto era de 0,48%, com mediana em 0,15%.

O Banco Central (BC) publicou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Entre os pontos que chamaram atenção, estava um boxe sobre o sistema de análise e projeções da autoridade monetária, reforçando o aumento dos riscos e das pressões inflacionárias. O relatório reforçou as apostas de que a autoridade monetária não conseguirá cumprir as metas de inflação por três anos seguidos. No documento de 10 páginas, a autoridade monetária detalha todos os processos que se encadeiam nos ciclos de análise e projeções que subsidiam o Comitê de Política Monetária (Copom) na tomada de decisões.

POLÍTICA NO BRASIL

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (30) que a nova regra fiscal será “uma diretriz mais flexível que o teto de hoje“. De acordo com ele, o “X” do novo arcabouço fiscal é saber quais projetos o governo vai propor para conseguir pôr a regra de pé e garantir o incremento de receita que será necessário para permitir mais gastos. O deputado disse que o principal serão as “negociações para ver que projetos e votações” terão que ser feitos depois “para ajustar o arcabouço“. (Valor / Poder 360)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o Senado concorda com a ideia dos deputados de definir prazos de funcionamento para as comissões mistas que analisam medidas provisórias. Segundo o senador, essa mudança resolve o impasse travado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Poder 360)

NOTÍCIAS CORPORATIVAS

A Petrobras admitiu uma possível mudança na política de distribuição de dividendos em documento enviado à SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, na quarta-feira (29). De acordo com a estatal, as mudanças na composição do seu Conselho de Administração e diretoria podem resultar em “alterações ou no encerramento” da política de dividendos. Diz também que o colegiado pode alterar ou encerrar a política a qualquer momento. (Poder 360)

PAINEL DE COTAÇÕES

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