Relatório de Inflação – Fev/23

O IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,84%, acima das expectativas da Órama (0,72%) e do mercado (0,78%), que oscilavam entre 0,67% e 0,89%. No acumulado de 12 meses, o resultado foi de 5,60%, também acima do previsto pelo mercado (5,5%) e por nós (5,5%). 

O maior impacto ficou por conta do grupo de Educação (6,28% e 0,35 p.p.), principalmente no item de Cursos Regulares (7,58% e 0,31 p.p.), que já era esperado. A principal surpresa, no entanto, foi no item de Perfume (7,50% e 0,08 p.p.), no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (1,26% e 0,16 p.p.). O item veio de uma deflação em janeiro (-5,86%) e vemos que a alta é pontual, dada a volatilidade de preços atrelada.

Oito dos nove grupos tiveram aceleração no mês. As maiores contribuições foram Educação (6,28% e 0,35 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (1,26% e 0,16 p.p.), Habitação (0,82% e 0,12 p.p.), Transportes (0,37% e 0,08 p.p.), Comunicação (0,98% e 0,05 p.p.), Alimentação e Bebidas (0,16% e 0,04 p.p.), Despesas Pessoais (0,44% e 0,04 p.p.) e Artigos de Residência (0,11% e 0,00 p.p.). O único grupo que apresentou deflação foi Vestuário (-0,24% e -0,01 p.p.), movimento já esperado por conta do fim das liquidações pós festas de fim de ano. 

O índice de difusão subiu de 63,1%, em janeiro, para 65,3% em fevereiro, puxado principalmente por itens no grupo de educação. A difusão dos alimentos passou de 65% para 62%, enquanto o índice de difusão de não-alimentos passou para 67,9%, após 61,2% no mês anterior. 

Apesar de um mês mais forte já esperado por reajustes sazonais, vemos a leitura como negativa e que será um desafio para o Banco Central.