O Ibovespa sobe impulsionado pelo xadrez político brasileiro

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NESTA MANHÃ
  • As bolsas asiáticas fecharam em baixa em meio a persistentes temores sobre a perspectiva da economia global, após o Banco do Japão (BoJ) fazer um inesperado ajuste em sua política monetária e o Banco Mundial cortar projeções de crescimento para a China. O índice Xangai Composto recuou 1,07%, enquanto o Nikkei tombou 2,46% e o Hang Seng caiu 1,33%.
  • Na Europa, as bolsas operam em baixa, após a breve recuperação na última sessão, à medida que persistem temores de que a tendência de aperto monetário leve a economia global a uma recessão. Nessa madrugada, o Banco do Japão (BoJ) surpreendeu ao fazer um ajuste, que permitirá que juros de longo prazo subam mais. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,32%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem força e sem sinal único.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,66%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,34%, a US$ 80,07 o barril.
  • O ouro avança 1,09%, a US$ 1.806,81 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 16,7 mil.
AGENDA DO DIA
  • 10:30 EUA: Licenças de Construção (Nov)
  • 12:00 Zona do Euro: Confiança do Consumidor (Dez) 

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa iniciou em alta de 1,83%, aos 104.739,75, a penúltima semana do ano, mesmo com a cautela vista em Nova York, e com a surpresa proporcionada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, ao deliberar que o Bolsa Família pode ficar além do teto de gastos, sem a necessidade de que o Congresso aprove a chamada PEC da Transição. A decisão vem em paralelo ao julgamento do STF sobre o orçamento secreto, considerado inconstitucional.

O mercado de juros começou testando um ligeiro alívio nos prêmios de risco, contrariando o sinal de alta do rendimento dos Treasuries, do petróleo e a pressão no câmbio, mas no fechamento estavam de lado. O mercado buscou fazer uma leitura benigna das decisões do STF e possíveis efeitos na tramitação PEC da Transição a ser votada nesta terça-feira (20) na Câmara, enquanto a dos novos nomes do Ministério da Fazenda ficou entre neutra e ligeiramente positiva.

O real não conseguiu acompanhar a onda positiva que embalou os demais ativos locais na sessão desta segunda-feira (19). Apesar da alta firme do Ibovespa e do comportamento comedido dos juros futuros, o dólar subiu 0,30%, a R$ 5,3100. Operadores atribuíram a falta de fôlego da moeda brasileira a ajustes técnicos e à demanda típica pela divisa americana no fim de ano, em um ambiente de liquidez reduzida.

EXTERIOR

Os mercados acionários de Nova York fecharam em território negativo, com aversão a ativos de risco por parte de investidores sendo alimentada pela piora na confiança das construtoras americanas, que contribui para a perspectiva de recessão no país em 2023. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,49%, enquanto o S&P 500 caiu 0,90% e o Nasdaq recuou 1,49%. Na sessão, quase todos os 11 subíndices do S&P 500 fecharam em baixa, com energia como a exceção.

Os rendimentos dos Treasuries avançaram, em uma sessão com investidores cautelosos, com o aperto monetário do Fed podendo contribuir para um cenário recessivo, o que pressionou ativos de risco ao longo do dia. Além disso, os juros de títulos públicos de outras economias avançaram, caso dos Gilts no Reino Unido, o que também deu impulso aos rendimentos dos EUA.

O dólar operou sem sinal único ante rivais, em mais uma sessão atenta às últimas decisões de bancos centrais de economias desenvolvidas em 2022 e às perspectivas para a política monetária em 2023. O mercado aguardava a decisão do BoJ, que foi divulgada nesta madrugada. O índice DXY ficou praticamente estável na última sessão, com alta de 0,02%.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de confiança das construtoras dos Estados Unidos, medido pela Associação Nacional de Construtoras (NAHB), caiu dois pontos em dezembro, a 31. A previsão de analistas consultados pelo WSJ era de alta a 34. De acordo com o relatório, o indicador caiu todos os meses de 2022, influenciado por altas taxas de hipoteca, custos elevados de construção bem acima da taxa de inflação e demanda do consumidor em declínio devido à deterioração das condições de acessibilidade.

POLÍTICA NO BRASIL

Membros da equipe do governo de Lula afirmaram nesta segunda-feira (19) que a decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, sobre o teto de gastos, não minimiza a necessidade de aprovação da PEC do Estouro na Câmara dos Deputados, que deve ser votada hoje (20). Neste domingo, Gilmar Mendes decidiu que os recursos para bancar o pagamento do benefício social devem ficar fora do teto. Na prática, a medida libera o governo eleito de depender do Congresso para conseguir bancar o Auxílio Brasil de R$600 a partir de janeiro do ano que vem. O futuro ministro da Casa Civil, Fernando Haddad, foi o primeiro a negar que o governo eleito trabalha com um plano alternativo. Durante o anúncio de novos nomes para a Economia, o ex-prefeito de São Paulo defendeu a continuidade das negociações na Câmara como forma de liberar algumas despesas previstas para 2023. (CNN)

Com um placar apertado de 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta segunda-feira (19) o modelo de emendas de relator que vinha sendo praticado pelo Congresso Nacional – e que, devido à falta de transparência, ficou conhecido como “orçamento secreto”. Com essa decisão, o poder Executivo ganha mais controle sobre o Orçamento. A derrubada do “orçamento secreto” sepulta o principal instrumento de barganha política do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que buscam sua recondução ao cargo. (Valor)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), elaborou uma proposta que deve ser negociada com o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir as emendas do relator, o “orçamento secreto”. O movimento busca evitar uma guerra entre os Poderes e conter o desgaste do presidente do Senado. (Poder 360)

Para mais notícias sobre política, acesse o Panorama Político.

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