No exterior, mercados operam na expectativa do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed
NESTA MANHÃ
- As bolsas asiáticas fecharam com viés de alta. Investidores por lá seguem otimistas com o relaxamento de restrições relacionadas à política de “covid-zero” da China, após protestos eclodirem em diversas metrópoles do país. Desde então, Pequim reduziu a rigidez de algumas medidas e tem tentado reprimir as reivindicações populares. Os mercados acompanharam ainda PMIs oficiais chineses, que indicaram contração da atividade do gigante asiático. O índice Xangai Composto subiu 0,05%, enquanto o Hang Seng saltou 2,16% e o Nikkei recuou 0,21%.
- Na Europa, as bolsas sobem, com o apetite por risco impulsionado pela esperança de que o governo da China vai abrandar sua rígida política de “covid-zero” no país, após protestos da população e indicadores econômicos que evidenciaram os custos dos bloqueios recentes. O mercado opera ainda à espera dos números de inflação ao consumidor na zona do euro e de comentários do presidente do Fed. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,70%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura em alta.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,72%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,87%, a US$ 83,75 o barril.
- O ouro avança 0,58%, a US$ 1.759,13 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 16,7 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: Taxa de Desemprego
- 10:15 EUA: Variação de Empregos Privados ADP (Nov)
- 10:30 EUA: PIB (3° Trimestre)
- 12:00 EUA: Ofertas de Emprego JOLTs (Out)
- 12:00 EUA: Vendas Pendentes de Moradias (Out)
- 15:30 EUA: Discurso de Jerome Powell, Presidente do Fed
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
Ao fim do dia, descolado do sinal de Nova York, o Ibovespa tinha alta de 1,96%, aos 110.909,61 pontos. O giro financeiro foi a R$ 28,0 bilhões nesta terça-feira, após ter se mantido enfraquecido desde o fim da semana passada, com o feriado em Nova York. Destaque para o desempenho das ações de commodities, em especial Vale (ON +3,86%) e Petrobras (ON +4,30%, PN +4,19%), impulsionadas pela expectativa de flexibilização da política de Covid-zero na China, cujo rigor deflagrou uma onda de protestos da população.
Os juros renovaram o fôlego de queda já visto na sessão anterior e fecharam nos menores níveis das últimas duas semanas, ainda amparados na perspectiva de um cenário fiscal menos ruim a partir da PEC da Transição, protocolada segunda-feira (28). Embora o tamanho do “waiver” e o prazo tenham confirmado a percepção negativa do mercado, permanece a expectativa de que o Congresso vai enxugar o texto para valores mais baixos no que diz respeito aos gastos a serem computados fora da regra do teto.
O dólar emendou o segundo pregão consecutivo de queda, recuando de 1,45% na sessão, e fechou abaixo em R$ 5,2880, em dia marcado por valorização de commodities e tombo da moeda americana frente a divisas emergentes, em meio à perspectiva de relaxamento da política de covid zero pelo governo chinês. À onda externa positiva, somou-se a expectativa de desidratação da PEC da Transição, protocolada segunda (28) no Congresso com parâmetros que desagradam o mercado: R$ 198 bilhões fora do teto de gastos e quatro anos de prazo.
EXTERIOR
Os mercados acionários de Nova York fecharam sem direção única, em sessão marcada pela publicação do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos e com o mercado na expectativa de comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta-feira (30). O índice Dow Jones subiu 0,01%, enquanto o S&P 500 caiu 0,16% e o Nasdaq recuou 0,59%.
Os rendimentos dos Treasuries operaram em alta, se recuperando das baixas do dia anterior, em sessão marcada por poucos drivers, mas na expectativa de comentários do presidente do Federal Reserve , Jerome Powell, que discursa hoje (30).
O dólar operou em alta ante a maioria das moedas rivais, em uma sessão com foco na postura do Fed e nas perspectivas para a inflação nas principais economias do mundo. O dia foi de movimentos contidos no mercado de câmbio, com investidores aguardando com expectativa a aparição pública de dirigentes e a publicação do payroll americano de novembro, que ocorre na sexta-feira (02). Desse modo, o índice DXY subiu 0,68%.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos caiu de 102,2 em outubro para 100,2 em novembro, de acordo com pesquisa divulgada pelo Conference Board. O resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 100.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,56% em novembro, após queda de 0,97% em outubro, conforme informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda foi maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de recuo de 0,34%. As estimativas, todas negativas, iam de 0,50% a 0,21%. A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M arrefeceu de 6,52% para 5,90%, abaixo da estimativa intermediária do levantamento, de 6,14%. No ano de 2022, o indicador acumula alta de 4,98%.
Após a criação de 277.388 vagas em setembro (dado revisado), o mercado de trabalho formal desacelerou e registrou um saldo positivo 159.454 carteiras assinadas em outubro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado do mês passado decorreu de 1,789 milhão de admissões e 1,630 milhão de demissões. Em outubro de 2021, houve abertura de 252.509 vagas com carteira assinada. O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, mas o resultado ficou abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 136.579 a 255.000 vagas em outubro, com mediana positiva de 220.000 postos de trabalho.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou queda de 0,85% em outubro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de setembro foi revista de um recuo de 1,96% para deflação de 1,89%. Com o resultado, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 5,04% no ano, enquanto a taxa acumulada em 12 meses ficou em 6,50%.
POLÍTICA NO BRASIL
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (29) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição pode ser apreciada já na semana que vem. Ele explicou que deve despachar a proposta para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) “imediatamente” após ser comunicado sobre a coleta de assinaturas necessárias para a tramitação da matéria, o que pode acontecer ainda nesta terça. Apesar disso, defendeu que a PEC não pode ser utilizada para viabilizar o que chamou de “gastança desenfreada”. (Valor)
O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirmou nesta terça-feira (29) que há consenso entre os deputados da bancada para apoiar a PEC que permite furar o teto de gastos para assegurar o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 600. A proposta está em tramitação no Senado e precisa ser aprovada antes do recesso parlamentar, em 22 de dezembro. “Está pacificado o Auxílio Brasil de R$ 600 por 1 ano. Mais que isso, temos que reunir a bancada para discutir“, disse a jornalistas. (Poder 360)
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