Mercados operam na expectativa da Ata do FOMC
NESTA MANHÃ
- As bolsas na Ásia fecharam com ganhos, em linha com o movimento em Nova York, em pregão que não contou com negócios em Tóquio e marcado por expectativas otimistas acerca do aperto monetário do Fed nos EUA, cuja ata da sua última reunião de política monetária será divulgada nesta tarde e deve dar novas pistas sobre os próximos passos do BC americano. Neste ambiente, o recrudescimento de medidas contra a covid-19 na China ficaram em segundo plano. O índice Xangai Composto fechou em alta de 0,26%, enquanto o Hang Seng subiu 0,57%.
- Na Europa, as bolsas operam em alta, com investidores de olho em índices de gerentes de compras (PMIs) de economias europeias, que vieram melhores que o esperado. Além disso, os investidores monitoram a Ata do FOMC, que será divulgada hoje (23). Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,11%.
- O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 47,3 em outubro a 47,8 em novembro, conforme leitura divulgada pela S&P Global. O indicador contrariou a previsão de queda a 47,0 do mercado e atingiu seu maior nível em dois meses, mas segue abaixo de 50 pontos, o que indica contração da atividade no bloco.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem força e sem direção definida.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,75%.
- Os contratos futuros do Brent recuam 1,65%, a US$ 86,90 o barril.
- O ouro cai 0,15%, a US$ 1.737,15 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 16,57 mil.
AGENDA DO DIA
- 10:00 EUA: Licenças de Construção (Out)
- 10:30 EUA: Pedidos de Bens Duráveis (Out)
- 12:00 EUA: Vendas de Casas Novas (Out)
- 16:00 EUA: Ata da Reunião do FOMC
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
Após ter renovado no começo da tarde mínimas do dia, o Ibovespa chegou a limitar perda em boa parte da etapa vespertina, mas piorou – e voltou a ‘melhorar’ – em direção à reta final da sessão, após a volatilidade produzida pela notícia de que o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma contestação parcial do resultado do pleito de outubro. O Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,65%, aos 109.036,54 pontos.
Os juros futuros encerraram em alta, refletindo a impaciência do mercado com a indefinição dos principais pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e com a falta dos nomes do novo governo. A ausência de consenso sobre o valor destinado ao pagamento do Bolsa Família que vai ficar fora da regra do teto de gastos e por quanto tempo, e as dúvidas quanto ao novo arcabouço fiscal trazem alta volatilidade para os ativos.
O dólar subiu 1,3% na sessão desta terça-feira (22) e fechou cotado a R$ 5,3800, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Operadores ressaltam que o real adquiriu dinâmica própria nos últimos dias, operando descolado de seus pares, em razão das incertezas que cercam a política econômica no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em alta, com o mercado confiante na adoção de um ritmo mais lento no aumento de juros por parte do Fed, na véspera da divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária da instituição. A divulgação de balanços ainda impulsionou algumas ações, garantindo um clima positivo no mercado. O índice Dow Jones subiu 1,18%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,36% e o Nasdaq aumentou 1,36%.
Os rendimentos dos Treasuries operaram em baixa, pressionados pela expectativa de que o aperto monetário tende a ser mais brando daqui para frente. Depois das altas de juros de 75 pontos base nas últimas reuniões, a visão de que a autoridade irá aumentar a taxa de 50 pontos no encontro de dezembro vai se consolidando.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta terça-feira (22) que, devido à inflação elevada, a estabilidade de preços é o foco e “missão” do BC americano. Dessa forma, de acordo com a dirigente, a instituição usará todos os instrumentos para alcançar isso. Durante discurso em evento organizado pelo Fed de Cleveland, a banqueira central comentou ainda que as expectativas de inflação a mais longo prazo permanecem “razoavelmente ancoradas“.
O dólar operou em baixa, após quatro sessões em alta, de olho na publicação da ata do Fed e apesar de infecções por covid-19 na China aumentarem a procura da moeda como porto-seguro. Com isso, o índice DXY caiu 0,57% na sessão.
POLÍTICA NO BRASIL
Diante da sinalização de que o Congresso não dará aval à retirada do Auxílio Brasil do teto de gastos por tempo indeterminado, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a PEC da Transição contará com dispositivo que obriga a revisão do teto de gastos por projeto de lei complementar. Ele disse que devido à necessidade de acelerar a tramitação da proposta de emenda constitucional para a ampliação do Orçamento, o debate sobre a nova âncora fiscal seria feito apenas em 2023. Alckmin defendeu que haja uma flexibilização do teto de gastos, combinando o dispositivo com a avaliação da evolução da curva da dívida e o resultado primário. (Valor)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse que as urnas questionadas sem provas pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, foram as mesmas utilizadas no primeiro e segundo turnos. Ele deu ao partido 24 horas para apresentar um relatório completo das urnas. A afirmação, em resposta à representação feita pela sigla pedindo a anulação dos votos de quase 280 mil urnas, coloca a legenda em uma situação delicada. Isso porque no primeiro turno o PL elegeu a maior bancada no Congresso Nacional para a próxima legislatura, com 99 deputados e 14 senadores. Na representação, o PL anexou auditoria segundo a qual apenas as urnas do modelo de 2020 (40,82% do total) teriam gerado “arquivos idôneos”. As demais — dos modelos de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015 — teriam apresentado supostas “inconsistências graves e insanáveis” e não poderiam ser levadas em conta pelo TSE, segundo o partido. A retotalização, aponta ainda o relatório, resultaria em 51,05% dos votos válidos para Bolsonaro, contra 48,95% para Lula. (Valor / Valor)
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