Bolsa brasileira despenca após falas do Lula

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NESTA MANHÃ
  • Os mercados acionários da Ásia registraram ganhos robustos. O fato de que o governo da China relaxou algumas restrições para conter a covid-19 animou investidores em geral. Além disso, a perspectiva de que o Fed aperte menos os juros, após o índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro nos Estados Unidos, colaborou para a alta. O índice Xangai composto fechou com ganho de 1,69%, enquanto o Hang Seng com alta de 7,74% e o Nikkei subiu 2,98%.
  • Na Europa, as bolsas operam no positivo, com o apetite por risco em geral apoiado pela notícia que a China relaxou algumas restrições contra a covid-19. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,11%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura no positivo.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,81%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 3,03%, a US$ 96,51 o barril.
  • O ouro está de lado, a US$ 1.755,58 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 16,7 mil.
AGENDA DO DIA
  • 09:00 Brasil: Crescimento do Setor de Serviços PMS (Set)
  • 12:00 EUA: Confiança do Consumidor Michigan (Nov)

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL:

As declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomaram as atenções na bolsa brasileira em dia de forte apetite por risco em Nova York. Na contramão do sentimento positivo no exterior, o Ibovespa fechou em queda de 3,35%, aos 109.775,46 pontos, em nível não visto desde o fim de setembro.

A piora na avaliação do risco fiscal e ajustes na percepção sobre a inflação após o IPCA de outubro acima do esperado mantiveram os juros fortemente pressionados ao longo da tarde. As taxas fecharam em alta significativa, com as principais delas no maior nível desde o fim de julho, assim como as taxas das NTN-B no secundário também escalaram. A possibilidade de a PEC da Transição excluir de forma permanente a despesa com o Bolsa Família, e sem apresentação de contrapartidas em receitas, já pesava no começo do dia, em meio a ausência dos nomes que vão compor a equipe econômica. Depois, a entrevista do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no fim da manhã fez a curva empinar, com alguns contratos chegando a entrar em leilão.

O dólar disparou 4,13% no mercado doméstico de câmbio na sessão e fechou em R$ 5,3970, maior nível desde julho, após fala do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva crítica ao teto de gastos e dúvidas sobre a confecção da PEC de Transição deflagrem temores de mudança do arcabouço fiscal.

EXTERIOR

As bolsas de Nova York tiveram sua melhor sessão em dois anos, incluindo uma alta acima de 6% do Nasdaq, seguindo a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI) americano em outubro. A desaceleração nas marcações deu perspectivas para a redução no aperto monetário do Fed, que vem pressionando ativos ao longo do ano. No fechamento, o Dow Jones subiu 3,70%, enquanto o S&P 500 ganhou 5,54% e o Nasdaq teve alta de 7,35%.

Os rendimentos dos Treasuries tiveram forte queda, seguindo a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro nos Estados Unidos. A desaceleração maior que a esperada por analistas da inflação trouxe as perspectivas de que o Fed possa reduzir o aperto monetário em curso, inclusive já com aumento menor de taxas na reunião de dezembro. Ao longo do dia, dirigentes da autoridade se manifestaram, e reforçaram uma intenção de observar os dados da economia para dar prosseguimento ao processo de restrição. Neste cenário, um dos destaques foi o juro da T-note de 10 anos, que ficou abaixo dos 4%.

O dólar enfraqueceu ante as moedas rivais, após a divulgação dos dados do CPI, que cravaram a expectativa de que o Fed deve desacelerar a alta de juros. Desse modo, o índice DXY teve queda de 2,12%.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos avançou 0,4% em outubro, na comparação com setembro, conforme informou o Departamento do Trabalho. A mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast apontava para alta maior, de 0,6%. Na comparação anual, o CPI subiu 7,7%, também abaixo da previsão de alta de 7,9% dos analistas.

O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3% em outubro, ante expectativa de avanço de 0,5%. O núcleo do índice cresceu 6,3% na comparação anual, quando a previsão era de alta de 6,5%.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 0,59%, ante um recuo de 0,29% em setembro, de acordo com o IBGE. O resultado ficou acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 0,54%. O piso era 0,25% e a mediana, 0,49%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 4,70%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 6,47%, acima da mediana das previsões dos analistas (6,16% a 7,10%, com mediana de 6,36%).

Para mais informações, leia nosso relatório da divulgação do IPCA de outubro.

POLÍTICA NO BRASIL: 

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou, nesta quinta-feira (10), a concentração do debate econômico em torno de temas como a estabilidade fiscal e afirmou que há gastos do governo que precisam ser observados como investimento. Em um discurso durante sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede da equipe de transição, Lula reafirmou pontos de seu discurso durante a campanha eleitoral e afirmou que o novo governo irá priorizar os “mais necessitados”. De acordo com ele, é preciso discutir temas sociais com a mesma “seriedade” que pauta os debates em torno do teto de gastos. (CNN)

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), apresentou nesta quinta-feira (10) uma lista de integrantes que vão compor 6 grupos técnicos do governo de transição. Entre os nomes, está o do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que integrará o grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão. Também fará parte do governo de transição o ex-ministro das Comunicações do governo de Dilma Rousseff (PT), Paulo Bernardo. (Poder 360)

O relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição, senador Marcelo Castro (MDB-PI), confirmou que o governo eleito deve sugerir excepcionalizar do teto de gastos permanentemente todo o Bolsa Família e 2% de toda a receita extraordinária que entrar para os cofres da União. Castro falou à imprensa após se reunir com o coordenador da equipe de transição, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP), o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e outros líderes da Casa. Nas contas do relator, com a saída do Bolsa Família do teto de gastos, o Orçamento público de 2023 terá um novo espaço de R$ 105 bilhões para gastos. Neste sentido, de acordo com ele, a PEC irá especificar o que será feito com esse recurso. A verba deve ser usada, por exemplo, para recompor o programa Farmácia Popular e obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. (Valor)

Para mais notícias sobre política, acesse o Panorama Político.

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