O pedido de Bolsonaro para desbloqueio das rodovias e o início da transição de governo

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DESTAQUES DE BRASÍLIA 

  • Bolsonaro, em vídeo, pede fim do bloqueio das rodovias 
  • Alckmin e Ciro Nogueira se reúnem nesta quinta para iniciar transição de governo
  • PT quer ‘licença para gastar’ R$ 200 bi no Orçamento de 2023
  • Centrão e aliados de Lula aceitam negociar mudanças em emendas de relator
  • Gleisi indica que Lula não se envolverá em eleição da Câmara

Bolsonaro, em vídeo, pede fim do bloqueio das rodovias 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou vídeo ontem (02) pedindo a seus apoiadores que desbloqueiem estradas. Manifestantes estão nas ruas desde domingo (30), quando foi proclamada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.

Na gravação, Bolsonaro afirmou estar “chateado”, mas disse ser necessário “ter a cabeça no lugar”. Mencionou direitos previstos na Constituição. Segundo ele, os protestos são “bem-vindos” especialmente em praças, no entanto, não podem atrapalhar a locomoção das pessoas. “O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir das pessoas. Está lá na nossa Constituição e nós sempre tivemos dentro dessas 4 linhas, tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além do prejuízo a nossa economia”, disse.

Na terça (01), quando Bolsonaro se pronunciou não questionando o resultado das urnas, ele tinha sido menos enfático sobre a desmobilização dos caminhoneiros. Em sua fala, colocou os “movimentos populares” como “fruto de Indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”. Mas ao colocar que manifestações pacíficas são bem-vindas, ponderou que “os métodos não podem ser os da esquerda” que invade propriedades, destrói patrimônio, limita o direito de ir e vir e prejudica a população.

A velocidade da desobstrução é importante para entendermos o impacto para a economia. Em 2018, a greve dos caminhoneiros contra o aumento dos combustíveis, que durou dez dias, gerou perdas estimadas em mais de 75 bilhões de reais, segundo as entidades ligadas ao setor produtivo.

Alckmin e Ciro Nogueira se reúnem nesta quinta para iniciar transição de governo

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), indicado como coordenador da equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se reúnem na tarde desta quinta-feira (3), em Brasília, para formalizar o início da transição do atual para o futuro governo. Pela Lei 10.609/2002, que prevê a transição de governos, o ministro da Casa Civil é o responsável por coordenar o processo. Com isso, o risco de ruptura institucional se dissipou e devemos ter uma transição pacífica. (CNN)

PT quer ‘licença para gastar’ R$ 200 bi no Orçamento de 2023

Ainda nesta quinta (3), o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, receberá o senador eleito, Wellington Dias (PT-PI), nome designado por Lula para tratar sobre o tema no Congresso, que é uma pauta prioritária. Alckmin também estará presente na conversa.

O encontro está previsto para às 10h30, e a ideia é que os senadores conversem com a imprensa após a reunião. As tratativas entre os congressistas foram iniciadas na segunda-feira (31), com uma ligação de Dias a Castro, que são aliados no Piauí. A O ex-ministro Aloizio Mercadante, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Fabiano Contarato (PT-ES) e os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG), Enio Verri (PT-PR), Rui Falcão (PTSP) e Paulo Pimenta (PT-RS) também participarão do encontro com Castro. 

A equipe de Lula estima que será preciso obter espaço fiscal de R$ 200 bilhões no próximo ano. O valor seria necessário para garantir o pagamento do Auxílio Brasil em R$ 600 e dar aumento real para o salário mínimo, as principais propostas do petista na campanha.  Além disso, inclui também a recomposição de programas sociais que estão com valores subestimados no projeto enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) — como o Farmácia Popular.  A avaliação de economistas e políticos do PT é que o Orçamento proposto por Bolsonaro, em agosto, paralisa o próximo governo e não é factível. (O Globo)

Centrão e aliados de Lula aceitam negociar mudanças em emendas de relator

Apesar de, durante a campanha eleitoral, Lula ter defendido o fim das emendas de relator, aliados dele já falam na possibilidade de, com ajustes, essas emendas não serem extintas.

“As emendas podem ser usadas para medidas que o presidente Lula apresentou, como o aumento do Auxílio Brasil, e recomposição do orçamento de programas sociais”, disse à Folha a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), encarregada da articulação política na transição.

Parlamentares próximos ao presidente eleito também já sinalizaram à cúpula da Câmara e do Senado que há brecha para o diálogo sobre esse tema, já que programas na área de habitação e saúde, por exemplo, realizam obras que podem atender a demandas das bases eleitorais dos parlamentares. (Folha)

Gleisi indica que Lula não se envolverá em eleição da Câmara

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse a aliados que Lula não se envolverá na eleição para presidente da Câmara. Se Lula não intervir, a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara fica mais provável. Em 2015, o governo federal apoiou Arlindo Chinaglia (PT) contra Eduardo Cunha (MDB, na época, hoje no PTB). Cunha ganhou e liderou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. (Poder360)

Lorena Laudares |  Mestre em Ciência Política 

(21) 98115-6831 –  lorena.laudares@orama.com.br

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