Lojas Quero Quero – Leve deterioração de cenário não compromete perspectivas da empresa.

Tivemos hoje uma reunião com o CFO e DRI da Lojas Quero Quero, Jean Pablo de Mello, que pôde nos trazer o cenário atual da companhia e perspectivas futuras. De maneira geral, temos um ambiente macro levemente deteriorado, o que parece não comprometer em nada as perspectivas de crescimento e lucratividade da companhia. Seguimos otimistas com a empresa, que tem um bom posicionamento estratégico, corpo executivo competente, e negocia hoje num múltiplo bastante descontado, de 6x EV/EBITDA.

Ambiente de negócio

Ao longo de 20/21 a LJQQ passou por um período de bastante demanda, com aumentos expressivos no CMV em paralelo, puxados por preço de commodities. Já no início de 22, a cia teve preocupações acerca de disrupções na cadeia de suprimentos, especialmente devido ao comércio internacional irregular, mas o estoque foi reforçado e hoje a situação está normalizada. Hoje, lado da demanda, o ambiente deu uma esfriada e a competição está um pouco mais acirrada, com os pequenos players locais trabalhando com preços abaixo do normal. Do lado da oferta, já vemos preços mais estáveis por parte dos fornecedores. Essa tendência foi observada no segundo trimestre, e se mantém agora no terceiro trimestre. Com isso, deveremos seguir vendo a margem bruta nesse patamar atual no curtíssimo prazo.

Crescimento

Cia. segue no ritmo de 70 lojas anuais, com foco em Santa Catarina, mas também algum crescimento em São Paulo e Mato Grosso do Sul. A companhia também tem investido em reformas, com aumento de sortimento, e esse investimento tem dado retorno rápido nas vendas. Em termos de logística, a companhia vê necessidade de abertura de um novo centro de distribuição somente em 2024.

Endividamento

Cia. considera seu nível atual de endividamento adequado e planeja se manter nesse patamar. Hoje a cia. opera com R$ 150 mi de dívida líquida, o que dá um div. liq./EBITDA de 1,6x.

Produto financeiro

A Quero Quero teve de ser mais rigorosa na sua oferta de produtos financeiros ao longo dos últimos meses, dado um nível de renda mais restritivo, com aumento na inadimplência. Estão focando esforços em cobrança, o que tem dado resultado satisfatório.

Governança

A cia., que ficou com o capital bastante pulverizado depois do IPO, agora vê a entrada de importantes minoritários no bloco acionário. Tivemos um aumento no tamanho do conselho, com a inclusão de 2 novos conselheiros independentes. Leila Nakashima, vinda da diretoria de planejamento da Magazine Luiza, e José Zitelmann, representando o Absoluto Partners. A diretoria não vê mudança na dinâmica, visto o caráter de longo prazo do programa de incentivos via opções de ações, que conta hoje com cem funcionários e tem prazo de 5 anos.