As perspectivas para a bolsa são positivas. A deflação é pontual.

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PERSPECTIVAS PARAS AS CLASSES DE ATIVOS

CLASSE DE
ATIVO
CURTO
PRAZO
MÉDIO
PRAZO
COMENTÁRIOS
Renda Fixa Pós
Conforme esperado, o Copom elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75% na reunião de 03/08. A alta foi a 12ª consecutiva, algo inédito na história do Comitê. Nesse patamar, o país volta à sua maior taxa de juro, desde 2017. 

Além disso, conforme aguardávamos, a autoridade monetária deixou a porta entreaberta para mais uma alta de 25 bps, a depender das condições econômicas até o próximo encontro em setembro. A sinalização foi confirmada na ata divulgada (09/08). 

O documento ainda enfatizou que o Comitê permanecerá vigilante e avaliará se apenas a perspectiva de juros elevados por um período prolongado garantirá a convergência da inflação para a meta. O ambiente externo adverso e volátil e os estímulos fiscais de curto prazo também foram mencionados.

De acordo com o último relatório Focus, os juros só voltarão a cair em 2023, para 11%. Até lá, os ativos pós-fixados que englobam títulos públicos (Tesouro Selic – LFT), privados e os fundos de renda fixa, devem render mais de 1% bruto ao mês.
Renda Fixa – Pré
Os prêmios recuaram fortemente após a decisão e comunicado do Copom, como havíamos antecipado. Antes da reunião, os DIs 2025 e 2027 estavam no patamar de 13%, agora estão em 11,80% e 11,60%, respectivamente.  

O título do Tesouro pré com vencimento em 2025, está sendo negociado no Tesouro Direto por 11,80%. Em títulos bancários ainda há taxas em torno 15% a partir de um ano. Mas acima de 16%, já não encontramos mais. 
Renda Fixa Inflação
O IPCA de julho registrou queda de 0,68%, conforme divulgado pelo IBGE, acumulando alta de 10,07% em 12 meses. É a maior deflação da série histórica do Plano Real. No ano, a alta acumulada é de 4,77%.

Esse número é resultado das medidas do governo para zerar impostos federais sobre combustíveis até o final do ano e limitar o ICMS sobre bens e serviços essenciais. A Petrobras também reduziu o preço da gasolina e do diesel.

O maior impacto dessas medidas já foi contabilizado no IPCA de julho, mas ainda haverá um ajuste residual no índice de agosto. A deflação será pontual nos meses de julho e agosto. Depois, ela volta ao seu ritmo, mas desacelerando, para fechar o ano na casa de 7%. 

Assim, os retornos nominais dos ativos indexados ao IPCA poderão ter outro mês fraco, mas com a inflação recuando, os ganhos reais são positivos. 
Imobiliário
O cenário continua desfavorável para os fundos imobiliários de lajes corporativas e logística, por isso, seguimos com perspectiva neutra para a categoria no curto prazo. Para o médio prazo, todavia, apresentam potencial de valorização, dados os descontos expressivos em relação ao valor patrimonial. São fundos com imóveis de alta qualidade construtiva, em localizações estratégicas, mas gerenciando a vacância. 

Já os fundos de recebíveis e Fiagros, que estão distribuindo dividendos acima de 1% ao mês, isentos de imposto de renda, continuam como excelente fonte geradora de renda mensal.

Veja aqui as oportunidades destacadas pela equipe de produtos.
Multimercado
O desempenho dos fundos multimercado foi afetado pelos movimentos nas curvas de juros no Brasil e no exterior em julho. A deflação também impactou parte dos seus resultados.  

No entanto, mantemos a perspectiva de curto e médio prazos para classe, dado o potencial de valorização além do carrego dos juros elevados.  

Veja os fundos recomendados pelo nosso time.
Câmbio
A perspectiva para o câmbio segue neutra para o curto e médio prazos. Nossa projeção para o dólar para o final do ano é de R$ 4,90, com o preço médio estimado entre R$ 5,15 e R$ 5,25 para 2022.

O dólar DXY continua forte, ainda acumula alta de 11% no ano, mas vem enfraquecendo no âmbito global, frente aos principais pares, na esteira das apostas que o Fed poderá moderar a alta do juro na próxima reunião de política monetária.

O real se beneficiou em parte com esse movimento. O contraponto é que questões fiscais e políticas impedem a moeda local de manter uma trajetória mais firme de valorização. 

Gestores de grandes casas compartilharam as dificuldades de precificar o câmbio neste momento.

A taxa que chegou a R$ 5,50 no final de julho, tem oscilado entre 5,10 e 5,20 em agosto, em linha com nossas projeções.
Commodities/
Ouro

O metal precioso recuperou cerca de 6% do piso em meados de julho, em uma combinação de temores de uma recessão global e aumento das tensões EUA-China sobre Taiwan. Também contribuíram as quedas do dólar nas últimas semanas.

Por isso, mantemos perspectiva positiva para o ouro no curto prazo.

O ouro reduziu seu ganho semanal, após o relatório de sentimento do consumidor mostrar expectativas de inflação mistas. Contudo, se o Fed precisar aumentar as taxas de juros acentuadamente para combater o rápido crescimento dos preços e mantê-las altas por mais tempo, o ouro perde a atratividade, pois não gera rendimentos. Assim, a perspectiva para o metal no médio prazo é neutra. 
Renda Variável
As perspectivas para as ações no curto e médio prazo são positivas.   

O Ibovespa superou os 112.000 pontos, depois de registrar um excelente desempenho em julho e seguir em alta em agosto. 

Entendemos que o movimento pode continuar mesmo em meio a um cenário global mais adverso. 

O mercado percebeu os preços atraentes de empresas de qualidade e a melhora nas perspectivas do exterior trouxe de volta o investidor estrangeiro. O fluxo positivo já se aproxima de R$ 8 bilhões em agosto. Atualmente, o investidor estrangeiro é responsável por cerca de 50% do volume negociado em bolsa, de acordo com os dados da B3. 

Nossa projeção para o Ibovespa, para o fim do ano, é de 125 mil pontos. E para 2023, 140 mil.
Investimento no Exterior
Mudamos as perspectivas de curto e médio prazos de negativa para neutra. 

O PIB negativo pelo segundo trimestre nos EUA, foi um impulso para os ativos de risco, uma vez que o Fed passa a ter uma razão para moderar a alta do juro e conseguir gerenciar um pouso suave da maior economia do mundo.

A probabilidade para uma aumento de 0,75 pp (70-30) reverteu para aumento de 0,50 pp (60-40) após a divulgação dos dados da inflação ao consumidor e ao produtor, de acordo com o CME FedWatch Tool.

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA ficou estável em julho depois de subir 1,3% em junho. Em 12 meses, o CPI subiu 8,5%, desacelerando em relação aos 9,1% de junho e vindo também abaixo das expectativas.

O índice de preços ao produtor (PPI) norte-americano caiu 0,5% em julho. No acumulado do anualizado o PPI subiu 9,8%, mas desacelerou em relação ao salto de 11,3% de junho. 

Apesar de números melhores do que o esperado, a inflação segue alta e a necessidade de manutenção de uma política monetária restritiva por mais tempo é desfavorável para a performance dos índices de ações globais, sobretudo, dos EUA e Europa. 

As preocupações com uma recessão nas principais economias derrubaram os preços do minério e do petróleo.

As próximas semanas serão cruciais para determinar a sustentabilidade do rali, com a temporada de balanços chegando ao fim, a divulgação de indicadores econômicos mistos e os comentários dos dirigentes do Fed.
Criptoativos
Mantemos a perspectiva neutra para o Bitcoin no curto prazo, mas reduzimos a de médio prazo de positiva para neutra. 

Nossa percepção é de que os criptoativos fiquem alinhados com as perspectivas para os ativos do exterior. 

O Bitcoin perdeu cerca de metade de seu valor em 2022, enquanto o colapso do ecossistema Terra e do fundo de hedge Three Arrows Capital levantou questões sobre a resiliência do mercado e levou a um maior escrutínio regulatório.

Este ano provou que os preços das criptomoedas também podem ser afetados pelos principais mercados econômicos e financeiros. Os ativos digitais acompanharam de perto o mercado de ações este ano e, com a inflação iminente, os mercados continuaram sofrendo, aprofundando os temores sobre seus investimentos e afastando os compradores do mercado. 

Desde a sua criação, o Bitcoin tem sido uma das criptomoedas mais adotadas. Ela se tornou um nome familiar, de fato, às vezes as pessoas se referem ao Bitcoin enquanto falam sobre criptomoedas. No entanto, com sua volatilidade atual, é bastante difícil estimar sobre a sua tendência. 

Uma boa notícia é que a BlackRock lançou seu primeiro produto de investimento diretamente em Bitcoin, marcando um movimento significativo nos mercados de criptomoedas pelo maior gestor de ativos do mundo. O novo fundo privado de Bitcoin procura rastrear o preço da maior criptomoeda e responde à demanda de grandes clientes institucionais que buscam exposição ao ativo, mesmo após a queda do preço.

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