Cenário econômico e projeção – Painel 15 – 11/07/2022

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Projeção macroeconômica para 2022

IndicadorÚltimo 27.06.2022Atual
11.07.2022
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PIB do Brasil1,6%inalteradoSeguimos com a projeção de PIB para +1,6% para 2022. É importante assinalar, contudo, que as fortes revisões no IBC-Br trazem pressões altistas adicionais.
O CAGED de maio apontou a criação de 277 mil novos empregos celetistas, muito acima das expectativas do mercado, de 192 mil novas vagas. Da mesma forma, a PNAD contínua apresentou recuo da taxa de desemprego para 9,8% no trimestre móvel findo em maio, em contraste com as projeções do mercado de 10,2%. 
Diante dos resultados, reforçamos nossa visão de crescimento da atividade econômica no primeiro semestre do ano, puxado principalmente pela atividade de Serviços, que ainda está em retomada ao patamar pré-pandemia.
Acreditamos que o segundo semestre aponte para uma desaceleração, já que a elevada inflação e a política monetária mais restritiva terão seu impacto, podendo, inclusive, trazer resultados ligeiramente negativos nos 3º e 4º trimestres.
Resultado Primário-0,5% a -0,8%inalteradoMantivemos o déficit primário, sobretudo após a recente PEC que deverá ser aprovada no Congresso, com gastos estimados em quase R$ 42 bi acima do teto de gastos.
Apesar de os bons resultados de arrecadação, consideramos muito improvável que consigamos manter até o final do ano  o superávit primário em curso até o momento.
SELIC13,75%inalteradoMantivemos a projeção da taxa Selic do ano para 13,75%.
Ademais, a ata do Copom não trouxe grandes novidades em relação ao comunicado. O documento deu ênfase à inflação de 2024 (10% de probabilidade de não cumprir a meta), enquanto 2023 será, decerto, mais um ano desafiador (30%).
Em resumo, a taxa Selic, nesse cenário, seguiria no patamar de 13,75% até o final do terceiro trimestre  de 2023.
Assim, a expectativa é que 2023 ainda feche em uma taxa de dois dígitos, em torno de 11,75%.
IPCA7,7%7,5%Alteramos nossa projeção de IPCA para 7,5% em 2022.
Como resultado da implementação do PLP 18 que limita a cobrança do ICMS de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, reduzimos nossa projeção de julho.
O IPCA de junho foi de 0,67%, ligeiramente abaixo das nossas expectativas, ao passo que projetávamos 0,72%. Nesse sentido, apresentou um cenário de inflação menos pressionado como um todo, explícito pela difusão reduzida (de 72% para 66%), apesar de a inflação de Serviços seguir pressionada. 
A desinflação deste ano, em contrapartida, tem “efeito rebote” para nossa projeção do ano que vem. Apesar de carregar menor inércia inflacionária, levará maior efeito do retorno das cobranças de impostos. Assim, esperamos a inflação de 2023 em 5,2%.
DólarR$ 5,00 a
R$ 5,10
inalteradoNas últimas semanas, o real ficou bastante pressionado frente a moeda americana. Por exemplo, somente em junho perdeu 10% em relação à divisa. 
Em resumo, o dólar está forte no mundo inteiro, com o DXY atingindo sua maior cotação desde 2002, por conseqüência da política mais restritiva do FED.
Mantivemos o intervalo médio do ano entre R$ 5,0 e R$ 5,1, já que acreditamos que esse movimento é temporário. Nesse sentido, esperamos que depois das eleições de outubro, existem chances de maior entrada de investidores estrangeiros no país.
Assim sendo, alteramos o valor esperado para R$ 4,80 ao final do ano.
Ibovespa125 mil ptsinalteradoPosteriormente ao pequeno ajuste que fizemos para 125 mil pontos recentemente, mantivemos o número para o fim do ano.
Nesse ínterim, os expressivos resgates em fundos penalizam o mercado e não é possível precisar o timing dessa reversão, além de a tendência de queda nos mercados lá fora.
A queda do Ibovespa em junho foi de 11,5%, por isso levou o P/L do índice para 6x. Posto que no pior momento da década de 2010, no governo Dilma, o P/L foi 9x, a esse múltiplo, teríamos o Ibovespa negociando entre 138 e 140 mil, que passou a ser nosso alvo a médio prazo (2023).
Juros EUAfaixa de 
3,25-3,5%
inalteradoA ata do FOMC não trouxe grandes novidades nem deu pistas sobre o movimento a ser realizado no próximo encontro. Estão abertas, entretanto, as possibilidades de nova elevação de 75 pontos, ou 50, que é a que acreditamos mais provável.
Nesse sentido, há uma percepção de que o ambiente recessivo na economia americana é real e que a inflação tardará a recuar para o alvo de 2% do FED. Faz poucos dias, a curva de juros, na parte mais curta, chegou a trabalhar invertida, visto que já é um sinal mais concreto dessa expectativa.
Em suma, mantivemos o target, acreditando que o FED fará duas novas altas de 50 pontos para depois ir calibrando com 25 pontos.

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