Risco de recessão nos EUA continua pesando sobre os investimentos em bolsa. A renda fixa segue com oportunidades

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PERSPECTIVAS PARAS AS CLASSES DE ATIVOS

CLASSE DE
ATIVO
CURTO
PRAZO
MÉDIO
PRAZO
COMENTÁRIOS
Renda Fixa Pós
Mantivemos a nossa projeção da Selic terminal para 13,75%. A depender do resultado do IPCA que sai na sexta (08) vemos duas trajetórias possíveis: mais duas altas de 0,25 p.p. ou apenas uma elevação de 50 bps na próxima reunião (03/08).

No cenário prospectivo, a inflação local ainda não está ancorada para 2023 e 2024. Por isso, os juros devem permanecer em patamar elevado até o final do terceiro trimestre de 2023
Também está no radar a ata do FOMC, que sai na quarta (06). A velocidade do ajuste monetário dos EUA e, principalmente, se tiver uma recessão por lá, vão influenciar o cenário doméstico.

Sendo assim, os ativos pós-fixados, públicos (Tesouro Selic -LFT), privados e também os fundos de renda fixa continuam como fontes importantes de retorno para as carteiras. Adicionalmente, servem para amortecer a volatilidade das demais classes.
Renda Fixa – Pré
Dado o ambiente de juros elevados por mais tempo, a classe prefixada continua interessante.

O título do Tesouro pré com vencimento em 2025 está sendo negociado a 12,79% no Tesouro Direto. Por outro lado, para títulos bancários há taxas acima de 15,5% para 2  anos ou mais.
Renda Fixa Inflação
Reduzimos a nossa projeção para o IPCA de 2022, de 9,4% para 7,7% refletindo os impactos das medidas do governos de conter a inflação do ano. O PLP 18, que estabelece teto de 18% para o ICMS de produtos essenciais (combustíveis, transporte coletivo, energia elétrica e serviços de telecomunicações) até 31/12/2022, tem efeito de conter a inflação deste ano, mas por outro lado, aumentar a do ano seguinte. 

Para 2023, subimos a projeção para 5,1%. O aumento em relação ao que esperávamos  anteriormente (4,7%) se dá pelo efeito rebote nos preços pelo fim da vigência do PLP 18.  Essa projeção se distancia do centro da meta (3,25% – teto 4,75%). 

Estamos monitorando a PEC dos Benefícios que tramita no Congresso. Uma percepção de aumento de risco fiscal reflete nos juros mais longos. Além disso, no curto prazo, essa deterioração desvaloriza o real e que, a depender da magnitude, pode retroalimentar a inflação.

Com isso, a classe indexada à inflação segue como alternativa para travar ganhos reais acima de 6% ao ano, no curto e médio prazos.
Imobiliário
Seguimos com perspectiva neutra para os fundos imobiliários no curto prazo. 

Contudo, os fundos de lajes corporativas estão negociando com descontos de até 35% sobre o valor patrimonial, sendo, portanto, oportunidades para o médio prazo.

Os fundos de recebíveis, logística e Fiagros estão distribuindo dividendos superiores ao CDI e até mesmo acima do IPCA, isentos de imposto de renda. Assim, seguem como boas opções para os investidores que priorizam a recorrência de renda.

Veja aqui as oportunidades destacadas pela equipe de produtos.
Multimercado
Estamos em um cenário complexo com incerteza sobre a trajetória das políticas monetárias dos EUA e Europa, e com a proximidade das eleições no Brasil elevando os riscos fiscal. Nesses momentos, os fundos multimercado macro, que possuem mandatos mais flexíveis, podem aproveitar melhor as oportunidades. Estes ainda se beneficiam do carrego dos juros altos. 

Todavia, a volatilidade estará presente e a recomendação é optar por fundos de acordo com o perfil do investidor.  
Veja os fundos recomendados pelo nosso time.
Câmbio
Em junho, o dólar comercial subiu 10,12% e fechou o mês cotado a R$ 5,23 

Nossa projeção para o câmbio médio do ano segue em R$ 5,10 e de R$ 4,80 para o dólar no final do ano.

Se, por um lado, o elevado diferencial de juros seria um fator baixista para o dólar, por outro, o risco fiscal e as eleições ainda indefinidas adicionam incerteza para a moeda brasileira.
Commodities/
Ouro

Mantemos a perspectiva neutra para o ouro no curto e médio prazos. No cenário de juros altos no mundo, nossa projeção é de US$ 1.800/onça.

Contudo, de acordo com uma pesquisa Bloomberg, se comparado com outros metais preciosos, o ouro demonstra alguma resiliência. 

Por temores de que uma possível recessão reduza a demanda industrial, os investidores diminuíram a exposição em ETFs de prata, platina e paládio no segundo trimestre de 2022. As participações nos ETFs de prata, por exemplo, contraíram quase 5%, e a saída em termos de tonelagem foi a maior desde 2011. No caso do paládio, o recuo foi de mais de 10% no ano.

Os ETFs lastreados em ouro encolheram pouco mais de 1% nos três meses até junho, ou 43 toneladas, após um aumento de 8% no primeiro trimestre ajudado pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Renda Variável
Estamos com o target de 125 mil pontos para o Ibovespa

Acreditamos que o Brasil possa se beneficiar de um rearranjo dos fluxos de capitais mais à frente, depois da consolidação da nova política monetária global. Além disso, como nossa bolsa é uma das mais descontadas, pode potencialmente atrair grande volume de capital estrangeiro. 

Atualmente, o P/L do Ibovespa está em 6,5x, bastante inferior à média da década passada (13x). No pior momento, no governo da Dilma, o P/L foi a 9x. Se considerássemos esse patamar, o Ibovespa iria para 138 mil pts. 

Hoje, nossa maior dúvida é se nos EUA o receio da recessão levará a um recuo ainda mais forte das suas bolsas. 

As sugestões dos nossos especialistas para investimentos em renda variável estão em Trade Ideas e Carteiras de ações
Investimento no Exterior
Seguimos cautelosos com o ambiente externo no curto e médio prazos.

Nesta quarta (06), teremos a divulgação da ata do FOMC e na sexta (08) sai o payroll com o resultado do mercado de trabalho americano. Esses dados vão ser importantes para entendermos a velocidade do aperto monetário do FED.

O PIB do primeiro trimestre foi revisado para -1,6%. O FED de Atlanta, que tem um estimador de PIB em tempo real, já aponta para um recuo de 2,1% na economia para o segundo trimestre. Se esses dados se confirmarem, fortaleceria o temor de  uma recessão nos EUA.

Pelo lado dos ativos de bolsa, o primeiro semestre de 2022 foi o pior desde 1970. O S&P 500 fechou em queda de 20,58%. Nasdaq recuou 29,51% e se considerarmos a máxima em novembro de 2021, o tombo foi de  50%.

Dada a magnitude da realização podemos estar chegando em um ponto de estabilidade. Todavia, precisamos também aguardar os resultados corporativos do segundo trimestre e observar, especialmente, as perspectivas das empresas para o futuro.

Na Europa, o BCE está pressionado a acelerar a contração da política monetária. A prévia do CPI da Zona do Euro está em 8,6% na comparação anual. Foi anunciado na última reunião do BCE (09/06) que existe a intenção de subir em 0,25 p.p. os juros em julho. Essa seria a primeira alta em 11 anos. A taxa está em -0,5%.

O Japão é um caso à parte.  Enquanto nos EUA, UK e Europa, a inflação explodiu para mais de 8%, no Japão, o CPI está em 2,5% em maio. A meta do país asiático é de 2%. A pergunta sobre quando o BoJ irá alterar a sua política monetária continua.  Kazuo Momma, ex-dirigente do BoJ, comentou que “a deflação continuou por três décadas e a estagnação dos preços se tornou a norma social. A sociedade como um todo não tolera o aumento dos preços”.
Criptoativos
A queda do Bitcoin no primeiro semestre de 2022 foi de quase 60%, mas nas últimas semanas conseguiu permanecer em torno de US$ 20.000.

Pelo atual nível de preço, acreditamos que o bitcoin possa estar em uma janela interessante. Contudo, identificamos também um aumento da correlação com ativos de bolsa. Desse modo, se tivermos uma realização ainda maior no mercado acionário em função de uma eventual recessão, ainda há espaço para mais quedas.
Vemos o bitcoin em si como uma alternativa melhor, se comparado com o criptos menores.

Órama DTVM, Renda Fixa Retorno , Diversificação de Renda Fixa


Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 04/07/2022.

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