Mercados recuam em meio a incertezas nos Estados Unidos

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NESTA MANHÃ
Nesta manhã: Mercados recuam em meio a incertezas nos Estados Unidos.
  • As bolsas asiáticas fecharam em baixa, após Wall Street sofrer uma nova rodada de fortes perdas ontem em meio a incertezas sobre inflação, altas de juros e uma possível recessão nos EUA. O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,91%, enquanto o Hang Seng recuou 1,88% e  o Xangai Composto teve baixa de 1,40%.
  • Na Europa, as bolsas operam em baixa, seguindo perdas em Nova York e na Ásia, à medida que temores renovados sobre uma possível recessão se sobrepuseram ao otimismo com o alívio de medidas de restrição contra a covid-19 na China. Assim, o Stoxx Europe 600 recua 1,32%. 
  • O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, caiu de 105 pontos em maio para 104 pontos em junho. Os efeitos da guerra na Ucrânia impulsionaram a inflação e pesaram no crescimento do bloco, de acordo com dados publicados pela Comissão Europeia. O resultado de junho, porém, ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo WSJ, que previam queda do indicador a 103 pontos.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura no vermelho. 
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,16%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,31% a US$ 118,35 o barril.
  • O ouro avança 0,31%, a US$ 1.825,45 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 20 mil.
AGENDA DO DIA
  • 09:00 Brasil: IGP-M (Jun)
  • 09:00 Alemanha: Índice de Preços ao Consumidor CPI (Jun)
  • 09:30 EUA: PIB (1° Tri) 
  • 10:00 EUA: Discurso de Jerome Powell, Presidente do Fed
  • 10:00 Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa não conseguiu sustentar a recuperação e, acompanhando a piora em Nova York ao longo da tarde, fechou em baixa de 0,17%, aos 100.591,41 pontos. Além de a fraca leitura sobre o índice de confiança do consumidor nos EUA, as falas de autoridades do Federal Reserve seguiram no radar dos investidores. No mercado doméstico, continuam as preocupações em torno da situação fiscal em meio à discussão sobre alargamento de benefícios e transferências sociais.

Os juros futuros voltaram a disparar, refletindo principalmente a piora na percepção de risco fiscal,  com dados locais fortes de atividade e efeito potencializado pela ampliação da cautela no exterior. Nesse cenário, o dólar fechou em alta de 0,63%, a R$ 5,2670. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em baixa forte. O mercado segue preocupado com o ritmo de alta de juros pelo Fed. Além disso, três dirigentes adotaram postura hawkish ao comentar a necessidade de controlar a inflação nos próximos passos da entidade. Ademais, o recuo além do esperado da confiança do consumidor no país ajudou a deteriorar o apetite por risco em Wall Street. O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,56%, enquanto o S&P 500 teve queda de 2,01% e o Nasdaq tombou 2,98%.

Os juros dos Treasuries encerraram sem direção única. O mercado de renda fixa dos EUA observou comentários de tom hawkish de dirigentes do Fed, que ajudaram a derrubar as bolsas americanas, movimento que intensificou a busca pela segurança dos títulos do Tesouro. Assim, o rendimento da T-note de 10 anos recuava a 3,192%. Ao mesmo tempo, o dólar se fortaleceu, com dado fraco de sentimento do consumidor renovando preocupações com o crescimento da economia americana. Dessa forma, o índice DXY fechou em alta de 0,55%. 

Presidente da distrital de St. Louis do Fed, James Bullard, afirmou que o Fed deverá elevar  rapidamente os juros para conter a inflação. De acordo com ele, será necessário manter os juros reais acima da taxa de inflação para controlar a escalada dos preços. Ao passo que o chefe do Fed de Nova York, John Williams, classificou como “razoável” a previsão de que a taxa dos Fed funds terminará o ciclo de aperto monetário entre 3,5% e 4%. Enquanto a presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, segue otimista com a possibilidade de que a economia americana suporte bem os aumentos de juros promovidos pela entidade

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de confiança do consumidor dos EUA recuou de 103,2 em maio (dado revisado, de 106,4 antes informado) a 98,7 em junho, mínima desde fevereiro de 2021, conforme informou o Conference Board. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam 100,0 pontos. 

Ao passo que o índice sobre a situação atual recuou de 147,4 em maio a 147,1 em junho. Enquanto o índice de expectativas para o curto prazo para as condições de renda, negócios e o mercado de trabalho teve queda forte, de 73,7 em maio a 66,4 em junho, na mínima desde março de 2013.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

Após a criação de 197.443 postos de trabalho em abril (com ajuste), a geração de empregos acelerou e registrou um saldo positivo de 277.018 vagas carteiras assinadas em maio, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado do mês passado decorreu de 1.960.960 de admissões e 1.683.942 de demissões. Assim, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 1.051.503 vagas. O mercado esperava uma desaceleração no ritmo de abertura de vagas formais em maio, e o resultado veio acima da mediana da pesquisa do Projeções Broadcast, de 181.250 postos de trabalho. 

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) cresceu 1,5 ponto em junho, conforme divulgado pela FGV. Com a terceira alta consecutiva, o índice atingiu 101,2 pontos, o nível mais elevado desde novembro de 2021. Entre julho do ano passado e março de 2022, o ICI acumulou uma queda de 13 pontos. O avanço em junho foi puxado tanto pela avaliação do presente quanto pelas perspectivas do setor. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,9 ponto, para 102,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) teve alta de 1,2 ponto, para 100,2.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 5,1% em relação a maio, alcançando 122,4 pontos, o maior nível desde março de 2020, quando a pandemia de covid-19 começou a afetar mais significativamente o País. O resultado representa o terceiro avanço consecutivo no Icec, impulsionado pelo crescimento no volume de vendas. Na comparação com junho de 2021, o indicador de confiança teve expansão de 24,4% em junho de 2022.

POLÍTICA NO BRASIL

O governo negocia agora tornar mensal o pagamento do vale-gás, o que hoje é feito a cada dois meses, e zerar a fila do programa Auxílio Brasil ainda em 2022. O Valor apurou que as modificações podem elevar de R$ 34,8 bilhões para R$ 38 bi o impacto fiscal da proposta de emenda à Constituição (PEC) 16, chamada de “PEC dos combustíveis”, que está em tramitação no Senado. Os cálculos ainda estão sendo revisados, no entanto, pela equipe econômica. As possíveis modificações fizeram, inclusive, o relator da proposta, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), adiar mais uma vez a apresentação do seu parecer final. A expectativa é que o texto da PEC seja, enfim, apresentado hoje (29) no Senado.

Para mais notícias de Brasília, acesse o Panorama Político.

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