Cenário econômico e projeção – Painel 15 – 27/06/2022

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Projeção macroeconômica para 2022

IndicadorÚltimo 16.06.2022Atual
27.06.2022
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PIB do Brasil1,6%inalteradoSeguimos com a projeção de PIB para +1,6% para 2022. Afinal, os indicadores de alta frequência permanecem indicando resultados positivos para a atividade econômica no segundo trimestre. 
Da mesma forma, o Monitor do PIB da FGV sinalizou crescimento de 0,3% em abril, afinal é o terceiro mês consecutivo de resultado positivo, impulsionado por Serviços e Consumo das Famílias. 
Entretanto, acreditamos que o segundo semestre aponte para uma desaceleração, já que a elevada inflação e a política monetária mais restritiva terão seu impacto. Eventualmente pode trazer resultados ligeiramente negativos nos 3º e 4º trimestres.
Resultado Primário-1% a -1,5%-0,5% a -0,8%Em virtude de a surpreendente melhora dos números de arrecadação, alteramos para melhor o resultado do déficit primário, para -R$ 56 bilhões (-0,6% do PIB).
Similarmente, algumas instituições estão projetando um pequeno superávit. Contudo, acreditamos que a pressão por maiores gastos na reta final da campanha presidencial possa levar o governo a promover gastos extras. Dessa forma, impactariam negativamente no resultado final.
Em outras palavras, o resultado até o momento é animador, apesar de as perspectivas para 2023 serem incertas.
SELIC13,25%13,75%Alteramos a nossa projeção da taxa Selic do ano para 13,75%.
Na última reunião do Copom (15/06), o Comitê decidiu por aumentar a taxa em 50 bps e sinalizou aumento de igual ou menor magnitude para a próxima reunião. O documento deu ênfase à inflação de 2024, já considerando que 2023 será mais um ano desafiador.
Em virtude de as expectativas desse cenário, a taxa Selic seguiria no patamar de 13,75% até final do primeiro semestre de 2023. É provável, inclusive, que se estenda até o fim do 3º trimestre, quando teria início o ciclo de cortes. Assim, a expectativa é que 2023 ainda feche em uma taxa de dois dígitos, em torno de 11%.
IPCA9,2%7,7%Alteramos nossa projeção de IPCA para 7,7% em 2022.
Em suma, as medidas do governo para reduzir a inflação deste ano têm forte potencial desinflacionário, principalmente sobre os preços administrados. 
Portanto, a queda da nossa projeção foi considerando a implementação do PLP 18 que limita a cobrança do ICMS de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
Por outro lado, a desinflação deste ano tem “efeito rebote” para nossa projeção do ano que vem. Apesar de carregar menor inércia inflacionária, o balanço de riscos é altista. Sendo assim, esperamos a inflação de 2023 em 5,2%.
DólarR$ 5,00 a
R$ 5,10
inalteradoNão alteramos o range para a cotação média do ano, mas é importante as seguintes observações:
Nos últimos dias, a cotação da moeda americana vem sendo pressionada por diversos fatores, a saber: 1) comportamento da moeda no mercado externo, em virtude da mudança na política monetária do FED; 2) receios sobre a inconsistência fiscal, em virtude das reações expansionistas de gastos pelo governo e 3) a proximidade das eleições começam a “fazer preço” sobre a moeda, o que era esperado.
Seja como for, nesse momento a média anual (2022) está em R$ 5,08, ainda dentro do nosso intervalo para o ano. Contudo, cabe ressaltar que enxergamos direções antagônicas para a cotação do dólar a depender do resultado das eleições. 
Assim sendo, mantivemos o valor esperado de R$ 4,70 para o final do ano.
Ibovespa130 mil pts125 mil ptsReduzimos marginalmente o target para o Ibovespa ao final de 2022, em virtude do comportamento errático das bolsas internacionais. Em resumo, vêm sofrendo fortes baixas (que podem se estender), o que acaba transbordando para os demais mercados. 
Dessa forma, permanecemos considerando que o múltiplo P/L de 6,5x atual do índice é bastante atraente, podendo ser uma ótima opção para 2023, com um objetivo de 135-140 mil pontos.
Assim, nesse momento, os expressivos resgates em fundos penalizam o mercado. Ademais, não é possível precisar o timing da reversão dessa tendência.
Juros EUAfaixa de
2,5% a 2,75%
faixa de 
3,25-3,5%
O FED elevou sua taxa básica em 75 pontos na sua reunião de junho, visto que é um valor acima daquele que era previamente especulado até poucos dias antes da decisão.
A opção do FED em acelerar o aperto reforça que a elevada inflação é uma forte preocupação agora. Dessa forma, trazer os números para figuras mais razoáveis, num desejável soft landing, pode ser bastante desafiador, com eventual chance de recessão no meio do caminho.
Desse modo, acreditamos que o BC americano promova mais duas altas de 50 pontos, antes de retornar para os 25 pontos. Ou seja, seria uma espécie de sintonia fina até o final do processo.

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