Painel 15 – 12/01/2021

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Projeções para final de 2022

INDICADORÚLTIMO
16.11.2021
ATUAL
12.01.2022
COMENTÁRIOS
PIB do Brasil+0,7% +0,7% Para 2022, nossa estimativa de crescimento segue em 0,7%. Estímulos fiscais configuram vetores de alta para o número, conjugados com boas perspectivas para o setor da Agropecuária e de Serviços.

Para 2021, nossa projeção de PIB recuou para 4,6%. Esse reajuste foi motivado pelo resultado mais fraco da Produção Industrial de novembro, que apresentou retração de 0,2%, acumulando queda de 0,5% no trimestre móvel. Esperamos que o 4º trimestre varie 0,1%, com avanço pouco significativo dos motores da economia. O resultado oficial do 4º trimestre de  2021 será divulgado em 04 de março pelo IBGE. 
Resultado
Primário
-1,0%-1,0%Os resultados das contas públicas foram uma grata surpresa em 2021, o que enseja que possamos ter números melhores em 2022. 
Todavia, como é um ano eleitoral, quando as pressões por mais gastos são tradicionalmente maiores, eventualmente não conseguiremos repetir o mesmo cenário. Ademais, como nossa estimativa de crescimento de PIB (0,7%) é menor do que aquela que o governo trabalha (2,1%), a arrecadação pode não ter um desempenho tão robusto. 

Dessa forma, estamos com um intervalo para déficit primário entre -0,5% e -1,5%, com ponto médio de -1%, sendo as pressões por aumentos do funcionalismo um dos principais vetores negativos.
SELIC 11,50%11,50%Mantivemos a projeção da Selic em 11,5% ao final do ciclo de aperto monetário, provavelmente na terceira reunião do ano.

Acreditamos que o BC deve calibrar a política monetária com outros instrumentos alternativos (compulsórios) e avaliar as consequências do choque de juros em curso sobre as expectativas e atividade econômica.
IPCA 4,7%4,8%O IPCA de dezembro registrou alta de 0,73%, acima das expectativas do mercado (0,65%),  fechando 2021 em 10,06%. A Órama projetava 10,15% para o ano, captando melhor, assim, o viés altista do número de dezembro.

“Transportes”, “Habitação” e “Alimentos e bebidas” juntos foram responsáveis por 79% do IPCA de 2021.

Esse resultado do mês foi bastante influenciado pela volta do efeito da Black Friday, na qual o grupo “Alimentação e bebidas” e “Saúde e Cuidados Pessoais” apresentaram aceleração, vide deflação no mês anterior.

Projetamos o IPCA para o fim de 2022 em 4,8%. Esperamos que o indicador agora caminhe para estabilidade, em torno de 10% pelo primeiro trimestre de 2022 e depois comece sua trajetória descendente. Nosso número é compatível com a alta base de comparação, alinhada com a política monetária contracionista e baixa pressão de demanda. 

As pressões altistas vêm dos reajustes prometidos para os preços administrados e pela quebra da safra de grãos que vem acontecendo no Sul por efeito do La Niña, que tem 60% de probabilidade de se estender até outubro, conjugado ao aumento dos combustíveis anunciado em 11/01. Como pressões baixistas estão as possibilidades de adiamento dos reajustes de alguns preços, que caso se estendam até o fim do ano, podem entrar para o número de 2023
DólarR$ 5,50 a
R$ 5,70
R$ 5,50 a
R$ 5,70
O dólar vem encontrando uma certa resistência na faixa dos R$ 5,70, o teto do nosso intervalo para 2022. A nova postura do FED, com maior possibilidade de mudança na sua política monetária, fortalece a moeda americana globalmente.

Mantivemos, contudo, o intervalo para 2022 entre R$ 5,50-5,70, enfatizando, que podem ocorrer movimentos altistas além do teto desse intervalo, sobretudo se a polarização política pressionar para aumento de gastos.

Eventuais intervenções físicas do BC, com vendas diretas de reservas, em caso de “estresse” no mercado, são apropriadas dado o cenário político e inflacionário.
Ibovespa 130 mil pts 130 mil ptsEm 2021, nossa bolsa foi uma das piores em termos globais. A nossa fragilidade fiscal impactou negativamente sobre as ações e o mercado acabou enfrentando diversos reveses, incluindo resgates volumosos de fundos. O desempenho só não foi pior pela entrada de investidor estrangeiro, da ordem de R$ 70 bi, o que é positivo. O P/L do Ibovespa está em torno de 7x, o que, historicamente, é considerado “barato”

Para 2022, mantivemos a ideia de que um múltiplo P/L em torno de 10x seja razoável e pode ajudar o índice a atingir os 130 mil pontos. Por ser um ano eleitoral, o mercado deverá apresentar enorme volatilidade, o que demanda uma carteira seletiva e diversificada. 

Cabe ressaltar que a mudança da política monetária nos EUA pode propiciar uma realização mais significativa nos mercados americanos, sendo esse um dos principais fatores de atenção/cautela em nossa análise, no segmento de renda variável.
Juros EUA
faixa de 
0,75 a 1,0%
faixa de 
0,75 a 1,0%
O FED sinalizou na ata do FOMC que pode antecipar a alta dos juros já para o primeiro semestre, o que, de alguma forma, contrasta com aquela visão de que a inflação é temporária. Nesse sentido, a curva de juros empinou e o T-10y foi para acima de 1,70%.

Consideramos que os juros serão elevados três vezes ao longo de 2022 e que o BC americano vai reduzir seu balanço brevemente.

Essa postura mais conservadora da autoridade pode desencadear uma mudança de alocação global de portfolio, com impactos relevantes sobre mercados emergentes.

Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 12/01/2022

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